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Unidades de Saúde e outras instituições que prestam atendimento a Crianças e Adolescentes correm o risco de serem punidas devido a irregularidades encontradas pelo Comboio da Cidadania, grupo idealizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Criai). De acordo com o presidente da comitiva, o deputado estadual Leonaldo Paranhos (PSC), alguns profissionais também poderão receber punições.

Formada por parlamentares, promotores do Ministério Público do Paraná, juízes estaduais, integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), conselhos estaduais da criança, do adolescente e do idoso, a comitiva visita até sábado (4) Maringá e municípios da região Noroeste do estado. Uma tenda foi instalada na Praça Raposo Tavares, região central de Maringá, para que a população possa registrar denúncias de maus tratos, agressões e abusos contra crianças, adolescentes e idosos.

O deputado não quis adiantar quais foram as irregularidades encontradas, nem quais instituições podem ser punidas. De acordo com Paranhos, essas informações só serão reveladas após a conclusão da inspeção. Mas algumas situações preocupantes foram relatadas pelos integrantes da comitiva. No Hospital Universitário de Maringá (HUM), por exemplo, eles se depararam com alas lotadas e macas com doentes espalhadas pelos corredores.

No Hospital Psiquiátrico, a comissão constatou a superlotação e a precariedade no local. Segundo a direção da unidade, tem havido falhas do governo estadual no repasse das verbas. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Zona Norte, de Maringá e Sarandi, o grupo encontrou muitas pessoas, com os mais variados problemas de saúde, aguardando há horas por atendimento médico, muitas delas em pé.

O secretário municipal de Saúde de Sarandi, André Luiz Celestino, diz que aguarda as constatações da comitiva, mas pontua que a UPA tem trabalhado como hospital, o que dificulta a rapidez e até mesmo, segundo ele, a humanização. “Hoje tem gente que fica internada até cinco dias na UPA por falta de leito nos hospitais. Impossível dar tratamento exclusivo. Nosso gasto mensal é de R$ 700 mil e só recebemos R$ 170 mil do governo do estado. Nós também somos reféns.”

A secretária municipal de Saúde Maringá, Carmen Inocente, por sua vez, afirma que o município tem tomado algumas medidas para melhorar e desafogar o atendimento na UPA zona Norte, e que os resultados devem ser sentidos nos próximos meses. Segundo ela, o atendimento infantil passará a ser feito ao lado da unidade, na Policlínica, para evitar que crianças e adultos sejam cuidados nos mesmos leitos. Ainda conforme a secretária, uma pesquisa de satisfação deverá ser aplicada aos pacientes para apontar as falhas dos servidores.

“As UPAS estão cheias por falta de investimento em hospitais. No entanto, temos que fazer nossa parte, reorganizando a estrutura. Não digo nem que o servidor precisa de capacitação e treinamento, e sim, de mais vínculo e comprometimento.”

Objetivo

Segundo Paranhos, a ideia da comitiva é acompanhar de perto se direitos estão sendo respeitados, além de horizontalizar a fiscalização, levando o próprio cidadão a apontar falhas e denunciar as irregularidades. “Não precisamos criar mais leis para melhorar. Os estatutos já estão em legislação, só têm que funcionar. Para isso, é preciso que a população seja nosso instrumento de informação”, pontua o parlamentar. Até dezembro deste ano, nove cidades devem receber o grupo. A comitiva espera visitar ao todo 20 municípios do estado até julho de 2016.

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