PERFIL
Veja como está estruturada a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila):
- Vagas: metade reservada a brasileiros e outra metade a jovens dos demais países da América do Sul, América Central e México.
- Seleção: os brasileiros foram escolhidos com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Já os estrangeiros foram classificados a partir do desempenho no Ensino Médio.
- Cursos inaugurais: Ciências Biológicas, Ecologia e Biodiversidade (manhã); Engenharia Ambiental de Energias Renováveis (manhã); Engenharia Civil de Infraestrutura (manhã); Relações Internacionais e Integração (tarde); Sociedade, Estado e Política na América Latina (tarde); Economia, Integração e Desenvolvimento (noite) .
- Previsão: 500 professores e 10 mil alunos, em cinco anos.
- Idiomas: aulas ministradas em português ou espanhol.
Informações: www.unila.edu.br; unila@unila.edu.br ou (45) 3576-7307.
O início das aulas na primeira universidade pública bilíngue voltada para alunos e professores brasileiros e latino-americanos, ontem, foi marcado por muita expectativa. Com o auditório de uma sede provisória cheio, o reitor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Hélgio Trindade, recepcionou os primeiros calouros da instituição, vindos do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Ele explicou como será desenvolvida em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, essa experiência inédita que, em cinco anos, deve reunir 10 mil universitários e 500 docentes.Neste primeiro semestre, cerca de 300 universitários receberão instruções baseadas em um programa comum, com aulas ministradas em português ou espanhol. Ao todo, são seis cursos de graduação no momento: Ciências Biológicas, Ecologia e Biodiversidade; Relações Internacionais e Integração; Economia, Integração e Desenvolvimento; Sociedade, Estado e Política na América Latina; Engenharia Ambiental de Energias Renováveis; e Engenharia Civil de Infraestrutura.
Na aula inaugural, os professores e o reitor destacaram o respeito à diversidade e a importância da integração entre os países da América Latina para o desenvolvimento de toda a região. "Se achamos importante a integração econômica, social e cultural, por que não compartilhamos o conhecimento por meio da cooperação solidária? Esta é a proposta da Unila, sempre reconhecendo a identidade de cada país", explicou Trindade. A partir do próximo ano, mais 1,7 mil vagas devem ser abertas pela Unila em 13 novos cursos.
Expectativa
Para os estrangeiros, a quem estão reservadas metade das vagas da universidade, a experiência em outro país é o que tem tido maior peso na hora de optar por uma das carreiras oferecidas pela Unila. "No Uruguai, ter no currículo um curso no exterior é muito valorizado", explica a caloura de Ciências Biológicas, Patrícia Sandes, 28 anos. "Deixei o curso de Administração para fazer parte dessa experiência que imagino que será bastante enriquecedora e que me dará muito mais condições de ter um bom emprego", completa a estudante.
A mesma opinião é compartilhada pela colega paraguaia, Natalia Portillo, 19 anos. Matriculada em Relações Internacionais e Integração, ela largou o curso de Desenho Gráfico que havia iniciado no Paraguai. "Assim que fiquei sabendo da Unila, me interessei e procurei saber o que precisava para me matricular. Como tive um bom desempenho na escola, consegui a vaga e acredito que vai valer à pena ficar longe de casa. Vou aprender muito. Está sendo maravilhoso fazer parte da história da Unila e desta primeira turma."
Entre os brasileiros, Henrique Gabriel Mongelos, 18 anos, não precisou se afastar de casa. "Sou de Foz do Iguaçu e acredito que a Unila será muito importante para a cidade. Se tivesse que fazer faculdade longe, talvez nem poderia. Aproveitar essa chance,com tantas pessoas de outros países vai ser muito interessante. Uma experiência que só teremos aqui." A oportunidade de se formar em uma área nova também chama a atenção dos alunos, como é o caso do argentino Gustavo Valle, 18 anos, matriculado no curso de Engenharia Ambiental e Energias Renováveis.
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