Foz do Iguaçu A comissão responsável pela criação da Universidade da Masorregião da Fronteira Sul já tem agenda formatada para iniciar o debate sobre a formação da instituição. Nomeada na última quarta-feira pelo Ministério da Educação (MEC), a comissão que conta com participação de membros da Universidade Federal do Paraná (UFPR) se reúne pela primeira vez no próximo dia 23, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Até janeiro, o grupo terá outros três encontros para definir o projeto a ser apreciado pelos poderes Legislativo e Executivo. Inicialmente, a instituição terá 14 cursos de graduação, com 1,4 mil vagas. Até o final da implantação serão 30 cursos de graduação, pós-graduação e extensão.
A universidade terá câmpus no Sudoeste do Paraná, no Oeste de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul. A instituição será a parte brasileira da futura Universidade do Mercosul, projeto comum do bloco, ainda inviabilizado por diferenças nas legislações dos países-membros.
A estratégia de criar os câmpus inicialmente em separado surgiu em 2006, em reunião na Itaipu Binacional. Como informa o professor Antônio Carlos Gondin, assessor de Relações Internacionais da UFPR, na ocasião, os ministros da Educação concordaram que ficaria a cargo de cada país criar a sua universidade, para não começar já com uma do bloco.
Segundo Gondin, para a implantação da Universidade do Mercosul seria necessário o aval de todos os países. No entanto, o Uruguai e o Paraguai teriam dificuldades para criarem suas unidades. O primeiro país porque não é facultado ao seu Ministério da Educação criar tais instituições. Já para o segundo o problema seria a dificuldade financeira em constituir uma universidade, já que não há previsão de verba no orçamento do país.
Desta forma, foi dada aos ministros a prerrogativa de encaminhar a criação em separado. "Foi esta a saída. Esta universidade seria a parte brasileira da Universidade do Mercosul", explica Gondin. Em razão da infra-estrutura e da localização privilegiada, a intenção é implantar a Universidade do Mercosul no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), o que também beneficiaria o Paraguai.
Ainda conforme o professor, seria necessário discutir questões como currículos e professores. "Mas o Ministério da Educação já tem no orçamento recursos para a Universidade do Mercosul que teria logicamente um enfoque para a participação na integração dos países do bloco", explica.