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Pronto-socorro também vai ser afetado | Gilberto Abelha/Gazeta do Povo
Pronto-socorro também vai ser afetado| Foto: Gilberto Abelha/Gazeta do Povo

Apontado como o mais completo estabelecimento hospitalar do Paraná a cuidar de vítimas de queimaduras, o Centro de Referência em Tratamento de Queimados do Hospital Universitário de Londrina deixará de atender novos pacientes a partir desta segunda-feira (18). Segundo a reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Berenice Quinzani, a medida deve-se a dificuldades financeiras e à falta de pessoal.

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A restrição de atendimentos também vai afetar o pronto-socorro do hospital universitário. A unidade passará a atender apenas a casos de alta complexidade encaminhados pelo Samu, pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) e pela Central de Regulação.

Com capacidade para 16 pacientes entre leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermagem, o Centro de Tratamento de Queimados tem atualmente 14 internados. Todos continuarão recebendo os cuidados médicos até receberem alta médica ou, em casos mais graves, até serem transferidos para outros hospitais ou outras unidades do próprio hospital universitário. Os novos casos serão encaminhados a Curitiba (PR), a cerca de 400 quilômetros de distância.

Em entrevista coletiva publicada no portal da Agência UEL, Quinzani disse que os 85 médicos, enfermeiros, funcionários administrativos e trabalhadores em serviços gerais do Centro de Tratamento vão ser redistribuídos para suprir a falta de mão de obra em outras alas com maior demanda. De acordo com a reitora, o “equacionamento” dos serviços busca preservar a qualidade do atendimento aos pacientes. Segundo ela, o hospital tem 344 vagas em aberto, o que equivale a cerca de 15% do quadro funcional.

Ao anunciar as medidas, Berenice disse acreditar que as restrições deverão ser temporárias, até que ocorra uma reposição emergencial do quadro de servidores. Segundo a reitora, 195 candidatos já aprovados em concurso geral da UEL aguardam a nomeação. Desse total, 92 poderão suprir a demanda do hospital universitário.

Berenice diz que, em média, oito servidores se aposentam todos os meses, e as contratações não ocorrem no mesmo ritmo. De acordo com ela, as autoridades estaduais estão cientes do problema há pelo menos dois anos.

Durante o anúncio, a diretora superintendente do hospital universitário, Beth Ursi, comentou que embora as queimaduras constituam casos de alta complexidade, são menos frequentes que os traumas e os problemas cardiológicos, cujas unidades de atendimento sofrem com a falta de pessoal. Com o remanejamento de profissionais para essas unidades, a diretora planeja garantir a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes e servidores.

Em relação à demanda do pronto-socorro, Beth ponderou que 60% do movimento diário provém da procura direta, não de casos encaminhados pelos serviços de primeiro atendimento. Destes, 98% são casos considerados de pessoas que, embora apresentem quadro de pequena e média complexidade, não encontraram vagas na rede pública municipal de saúde. Para Beth Ursi a finalidade do hospital universitário é dar conta da demanda especializada, prestar atendimento referenciado para a alta complexidade.

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