A sede da mais nova universidade pública do Paraná, que reunirá sete faculdades "isoladas" de diversas regiões do estado, será inaugurada hoje, em Curitiba. O centro administrativo da Universidade Estadual do Paraná (UEPR) funcionará no mesmo prédio que abriga a Associação do Ministério Público do Paraná, no Centro Cívico.A sétima instituição estadual de ensino superior nasce com cerca de 12 mil estudantes, 600 professores e 59 cursos de graduação e 22 de especialização. De acordo com o presidente da Fundação Araucária, Zeferino Perin, a principal mudança é administrativa. Agora como câmpus universitários, as faculdades terão mais liberdade para criar cursos e gerenciar recursos. "O novo modelo permitirá a autonomia institucional e financeira de cada câmpus. A definição do que será feito será estabelecido por um plano de desenvolvimento institucional da universidade e a execução das ações será descentralizada, feita por cada câmpus", afirmou.
A UERP terá um orçamento de R$ 73,1 milhões para 2011, o que representa um acréscimo de aproximadamente R$ 8 milhões em relação ao que as faculdades estaduais receberam juntas neste ano. O valor equivale a 6,2% do orçamento direcionado para o ensino superior do estado. Segundo Perin, o incremento de despesas com a criação da UEPR não é significativo. "No bolo total, o adicional de gasto será de 0,1%. Ao contrário do que alguns pensavam, a instalação de mais uma universidade não vai gerar grandes despesas ao Estado, uma vez que boa parte da estrutura desta instituição já existe", explica.
Apesar de ser a terceira instituição estadual em número de alunos na graduação, o valor destinado à UEPR ainda é bem baixo se comparado a outras universidades estaduais, como Londrina (UEL) e Maringá (UEM), que em 2010 receberam R$ 462,1 milhões e R$ 362,6 milhões, respectivamente. O orçamento é maior apenas que o da Universidade Estadual do Norte Pioneiro. Nos próximos anos, segundo o governo do estado, a previsão é de que a destinação de recursos aumente.
Vestibular
Nos próximos dias, a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia deve nomear um reitor para a UEPR, que vai reunir as faculdades de Apucarana (Fecea), Campo Mourão (Fecilcam), Curitiba (FAP e Embap), Paranaguá (Fafipar), Paranavaí (Fafipa) e União da Vitória (Fafiuv). A expectativa é que, em breve, a instituição passe a fazer os vestibulares de forma unificada.
Para Perin, além da fase de estruturação, a nova universidade terá dois grandes desafios: a ampliação dos trabalhos de pesquisa e extensão e a qualificação dos professores (o quadro docente será o mesmo, por enquanto). Para isso, a Fundação Araucária vai lançar em 2011 um programa de bolsa de estudos voltado para capacitar 60 doutores na UEPR.
Para o diretor da Fecilcam, Antônio Carlos Aleixo, as mudanças já podem ser sentidas nas faculdades. "Claro que não é da noite para o dia, mas o fato de sermos uma universidade já começa a refletir no comportamento da comunidade acadêmica e nas práticas da instituição".
