Passo a passo
Saiba como funcionam as chamadas pelo Sisu:
Depois de incritos no portal do MEC, os estudantes são convocados pelo Sisu a partir da nota de corte, que é a menor nota para ficar entre os possíveis selecionados em um determinado curso.
Até a segunda chamada, os estudantes são convocados pelo MEC a fazerem a matrícula no curso no qual foram aprovados.
Para concorrer à terceira chamada, os estudantes se candidatam à lista de espera, que será encaminhada a cada universidade para que a própria instituição controle as vagas e chamadas como achar melhor, pois têm completa autonomia. É, portanto, a partir dela que as intituições podem fazer overbooking ou tranferir as vagas do Sisu para o vestibular.
28,5%
das vagas oferecidas pelo Sisu, na Universidade Federal do Paraná, nos dois últimos anos, não foram ocupadas e retornaram à concorrência do vestibular tradicional.
Lista
Confira as universidades que adotam ao mesmo tempo Sisu e o vestibular:
Universidade Federal de Viçosa (UFV) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IF Sul de Minas) Universidade Federal de Lavras (Ufla) Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IF Farroupilha) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano) Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) Universidade Federal de Roraima (UFRR) Universidade Federal Fluminense (UFF) Universidade do Estado da Bahia (Uneb-BA) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro) Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Fonte : Ministério da Educação (MEC)
Teoricamente, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) daria chances a qualquer estudante de todas as regiões brasileiras de ingressar em uma das instituições participantes do processo, a partir de seu desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As vagas oferecidas pelo sistema, no entanto, nem sempre são preenchidas, colocando dúvidas sobre a eficiência do programa.
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), por exemplo, 298 (28,5%) das 1.053 vagas oferecidas pelo SiSu, nos dois últimos anos, não foram ocupadas e retornaram à concorrência do vestibular tradicional. Para evitar esse "desperdício", as universidades têm adotado uma prática corriqueira às companhias aéreas: o overbooking.
Por meio dela, as universidades convocam mais alunos do que a quantidade de vagas, para que elas sejam completadas mais rapidamente. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), cada universidade tem autonomia para, a partir da lista de espera, convocar candidatos em número superior à quantidade de vagas, desde que esteja explícito no edital de adesão ao Sisu de cada instituição. O overbooking não está expresso no edital de adesão da UFPR ao Sisu.
O coordenador do Núcleo de Concursos da UFPR, Raul Von Der Heyde, explica que a universidade faz isso para "economizar chamadas complementares", já que sabe que muitas das vagas não serão preenchidas. "Isso acontece em muitas outras instituições pelo Brasil. Em relação a elas até que estamos bem, mas sabemos que precisamos aprimorar o sistema de chamadas."
A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que usa exclusivamente o Sisu como critério de seleção, também faz overbooking a partir da terceira chamada. A instituição convoca 50% a mais de estudantes do que o número de vagas, diferente da UFPR que não tem uma porcentagem fixa e a cada ano decide quanto a mais vai chamar.
O presidente da Comissão de Processo Seletivo da UTFPR, Jair de Almeida, diz que, se por acaso, acontecer de todos os chamados comparecerem para fazer a matrícula, eles terão direito à vaga, mesmo que extrapole o número existente. "Na prática nem teremos todos os alunos na sala, pois durante a primeira semana o estudante precisa confirmar presença para ter direito à vaga, e sempre existem os desistentes", explica.
De volta ao Vestibular
Além do overbooking, a prática de transferir vagas que restaram para o vestibular tradicional também não é informada aos candidatos a uma vaga na UFPR. Em 2011, primeiro ano que a UFPR adotou o Sisu para preencher 524 das 5.540 vagas, foram quatro chamadas, num total de 1.222 alunos convocados. Mesmo assim, restaram 40% das vagas disponibilizadas. Em 2012, das 529 vagas oferecidas pelo Sisu, depois de três chamadas, 17% delas foram encaminhadas ao vestibular.
Segundo as normas do MEC, neste caso, cada instituição tem também autonomia para, a partir da terceira chamada, fazer o que quiser com as vagas, desde que esgote todos os alunos da lista de espera e que esteja expresso em edital do processo seletivo.
Segundo Heyde, na UFPR, assim que acaba a lista de espera que é fornecida pelo MEC, depois da segunda chamada , todas as vagas voltam a o vestibular. O problema é que isso não agrada a todos os estudantes que prestaram pelo Sisu.
Douglas Marostica Catolino, que concorreu tanto pelo vestibular, quanto pelo Sisu, a uma vaga de Medicina, não passou no primeiro e suas expectativas se concentraram no segundo, já que a nota ficou bem próxima da linha de corte.
"Eu tinha esperança de ser chamado pelo Sisu e, quando vi que a UFPR parou de fazer as chamadas, me senti prejudicado", conta Catolino. Sem saber que as vagas tinham ido para o vestibular, ele entrou em contato com a instituição, que não explicou como funcionava a migração de vagas de um sistema para o outro.
Formato da seleção gera os problemas
A sobra de vagas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) está ligada ao seu formato, que permite que alunos do país inteiro concorram. Então é comum que, por exemplo, estudantes da região Norte se candidatem às vagas na região Sul e não compareçam para preenchê-las, gerando várias listas complementares. Só na primeira chamada do Sisu deste ano, 57% dos convocados não fizeram matrícula.
O problema é que, após semanas e até meses de aula, ainda existem alunos sendo chamados, que acabam perdendo parte do conteúdo já ministrado. "Não é conveniente para o professor, nem para o aluno. O ideal seria completar 100% das vagas antes do início das aulas, mas, como isso não ocorre, tentamos encontrar formas que minimizem o problema", diz o presidente da Comissão de Processo Seletivo da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Jair de Almeida.
O coordenador do Grupo de Estudos do Ensino Superior da Universidade de Campinas (Unicamp), Renato de Luna Pedrosa, critica a insegurança a que ficam sujeitos os candidatos. "Um modelo que ora chama por um processo, ora por outro, não é uniforme e nem transparente porque não tem regra clara. O aluno se candidata por um e não sabe até que ponto vão parar de chamar e passar as vagas para o outro", comenta.
Segundo Pedrosa, um método que reduz a quantidade de chamadas e consegue completar as vagas em menos tempo, sem prejuízo para o aluno, é o adotado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lá, a nota do Enem é usada apenas na primeira fase. Depois de classificados nela é que os estudantes vão fazer a segunda fase. "Ou seja, mesmo que candidatos de todo país concorram à vaga, só vão fazer a segunda fase quem realmente tiver interesse naquela instituição".
Os especialistas, entretanto, afirmam que, mesmo com estas falhas, ainda é cedo para dizer que o Sisu não funciona, já que foi implantado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2010 e, portanto, é recente.
O professor do Departamento de Educação da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) Carlos da Fonseca Brandão lembra que o país usou o modelo tradicional de vestibular por mais de 40 anos e que é natural que um processo diferente demore para se ajustar. "A ideia do Sisu é democratizar as vagas das instituições públicas, o que não é tão fácil e simples assim e, portanto, os desajustes iniciais são normais. Mas, se daqui a dez anos, o quadro continuar o mesmo, aí, sim, estará na hora de ser repensado".
Governo se divide sobre avançar com PEC das candidaturas para não gerar desgaste com militares
Defesa de Bolsonaro planeja culpar militares por tentativa de golpe; assista ao Sem Rodeios
Lula avalia contemplar evangélicos em reforma ministerial em busca de apoio para 2026
Dino libera pagamento de emendas parlamentares com ressalvas: “caso a caso”
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora