Universidades param para pedir reajuste salarial

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Ponta Grossa – Amanhã, cerca de 5,6 mil professores das universidades paranaenses cruzarão os braços e farão uma paralisação em sinal de protesto contra o governo estadual, que teria se negado a discutir a reposição das perdas salariais nos últimos anos.

Há cinco meses, a classe vem pedindo reposição salarial referente a uma defasagem que desde 1997 oscilou entre 30% e 50% (dependendo da categoria docente). Além disso, eles querem que o governo fixe um cronograma para as negociações dos reajustes.

De acordo com os sindicatos que representam os professores das instituições, o governo teria acenado com a possibilidade de discutir uma proposta salarial a partir de janeiro de 2007. "Isso é uma ofensa. Até agora nós só ouvimos conversa, queremos uma proposta de reposição salarial já", disse o presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg), Sérgio Gadini.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), mas não obteve retorno.

A manifestação ocorre em todas as instituições de ensino superior no estado. Entre as maiores, param as universidades do Centro Oeste (Unioeste), do Centro Sul (Unicentro), de Maringá (UEM) e de Londrina (UEL). A UEPG não fará a paralisação, mas passará o dia em manifestações, panfletagem e atividades nos câmpus e na cidade.

Segundo Gadini, a instituição sediará durante toda a semana o Encontro Estadual de Iniciação Científica e a manifestação prejudicaria os alunos que têm trabalhos a ser entregues. O Sinduepg convocou professores e alunos para se vestirem de preto ou branco em sinal de protesto e apoio ao movimento estadual. A UEL resolveu estender a paralisação para quinta-feira e na UEM existe a possibilidade de a greve estender-se por mais dias.

O salário inicial de um professor universitário estadual é hoje de R$ 960, ou 2,7 salários mínimos nacionais. Há dez anos, a remuneração na mesma categoria era equivalente a 13 salários mínimos, o que representaria nos dias atuais R$ 4,7 mil.