Com foguetes de papelão, tripés, fósforos e motores de pólvora, equipes universitárias de nove estados brasileiros estão em Curitiba neste feriado de Tiradentes para participar da 3.ª edição do Festival de Minifoguetes, principal campeonato da categoria no país. O desafio dos competidores é fazer com que o minifoguete atinja a maior altura possível ou a quantidade de metros especificada, dependendo da categoria, sem que o equipamento desvie a trajetória – que deve ser sempre vertical e linear.
O campeonato começou nesta quinta-feira (21) e segue até domingo (24), quando serão entregues os troféus aos vencedores. São 19 grupos competindo em 13 categorias pelo torneio organizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Positivo (UP) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Mais de 100 universitários participam da disputa, a grande maioria de cursos de engenharia mecânica.
Equipamentos
Os minifoguetes têm, em geral, entre 100 e 800 mm de comprimento e podem atingir até 800 metros de altura. O material utilizado para fazer o equipamento inclui papel, papelão, isopor e madeira. Artigos metálicos não são permitidos pela organização.
Categorias
Os lançamentos dos minifoguetes são divididos em duas categorias: de apogeu exato e apogeu máximo. Nas categorias de apogeu exato, os foguetes devem ser projetados para atingir uma altura específica (50m, 100m, 200m, 400m ou 800m). Nas categorias de apogeu máximo, os equipamentos devem alcançar a maior altura possível com um dado tipo de motor, que pode ser leve ou pesado.
Para dar a impulsão necessária para o foguete decolar, os estudantes montam ou compram motores de pólvora, que são acoplados na base inferior do objeto. Em cada categoria, é permitido um motor específico, que determina se o equipamento irá voar mais alto ou em uma altura inferior.
Segundo Sofia Mariana Bozz Ferla, da equipe de engenharia mecânica da UFPR, a dificuldade está em montar um foguete que seja leve com um motor que dê a impulsão exata para a altura que a equipe deseja atingir. Ela explica que, apesar de todos os cálculos feitos para embasar a montagem do equipamento, quando as equipes vão testar é comum sair algo errado.
Os testes e as correções para fazer o foguete atingir a altura necessária são uma oportunidade para os universitários colocarem em prática o que aprendem nas salas de aula. O professor Carlos Henrique Marchi, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPR, afirma que eles usam princípios da mecânica, da física e da engenharia aeroespacial para desenvolver os produtos.
“Tem que usar um material que resista a altas temperaturas e que seja leve, além de estudar a propulsão e a trajetória do equipamento”, diz Marchi. Erros de cálculo e no material utilizado, por exemplo, levam o foguete a fazer uma trajetória não linear, o que leva a desclassificação do torneio.
Recorde
A equipe de engenharia mecânica da Universidade Positivo (UP) não teve esse problema. Eles bateram o recorde na categoria apogeu máximo de motor fraco ao lançarem um minifoguete com menos de 10 centímetros que atingiu 18 metros de altura no ar – a expectativa era alcançar 5 metros.
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