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52 ciclistas morreram nas ruas da cidade de São Paulo no ano passado, segundo balanço da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Outros 3,2 mil foram internados em hospitais públicos do estado, de acordo com a Secretaria de Saúde do governo paulista. Não existem estatísticas oficiais sobre quantas pessoas utilizam a bicicleta como transporte diariamente.

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O urbanista Pedro Taddei, professor de Planejamento Urbano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o convívio de bicicletas com veículos grandes é inviável em cidades como São Paulo. Para ele, o modelo ideal é o que separa ciclistas e motoristas. As informações são da Agência Brasil.

Para Taddei, outras cidades podem comportar um tráfego compartilhado, mas as características paulistanas inviabilizam essa proposta. "No caso de uma cidade grande como São Paulo, com a cultura de baixo índice de convívio urbano, de civilidade, eu acho que não há uma condição melhor que essa. É preciso separar", diz.

Sobre a possibilidade das vias exclusivas para bicicletas gerarem mais insegurança nos cruzamentos, tendo em vista que ciclistas e motoristas poderiam estar desatentos nesse momento, o professor avalia que uma boa sinalização pode assegurar a integridade física de ambos. "Conheço estudos que tratam desse possível aumento de acidentes com ciclovias, mas há meios de proteger as travessias. Uma forma é fazer com que a movimentação da bicicleta não se dê em continuidade absoluta como a travessia de pedestre, que continua em linha reta no eixo na calçada", diz.

Entre as soluções viárias indicadas pelo professor está a utilização de sinalizadores no piso ou de obstáculos que obriguem a diminuição da velocidade e chamem a atenção do ciclista. Ele reforça que a sinalização também deve ser eficaz para quem dirige o carro. "Frequentemente um motorista que vai fazer uma conversão à esquerda com uma ciclovia no centro não vê o ciclista que vem a sua esquerda, ele vê o que vem à direita", explica.

O urbanista acredita que essa separação é possível desde que se diminua a espaço de circulação dos outros veículos. "[A cidade] comporta [esse modelo], porque a malha viária de São Paulo não suporta mais o número de veículos que circulam na cidade. Retirar um pouco desse sistema viário para passar uma bicicleta não piora em nada de muito perceptível essa condição. Talvez o uso da bicicleta de forma mais segura contribua para se usar como meio alternativo ao carro", avalia.

Para desencorajar o uso do carro, o professor defende a adoção do pedágio urbano. "Porque não cobrar justamente no núcleo do centro expandido onde está o carregamento maior do sistema viário?", questiona. Ele avalia que é uma forma dos condutores assumirem o custo de manutenção da malha viária.

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