A Urbs, empresa que gerencia o transporte coletivo em Curitiba, está avaliando com um grupo de trabalho formado por prefeitura, estado e estudantes a possibilidade de alteração nos critérios da meia-tarifa. Atualmente, têm direito ao benefício alunos com renda familiar de três a cinco salários mínimos, dependendo do número de filhos, e uma das propostas é a ampliação do teto da renda familiar exigida para a concessão do passe.
O grupo de análise pretende fazer um levantamento sócio-econômico dos estudantes usuários de transporte coletivo, para avaliar a necessidade de ampliação do teto e o impacto financeiro da mudança. A Secretaria de Estado da Educação repassará dados como o número de alunos e endereços - de acordo com a prefeitura, 70% dos 22 mil usuários de passe escolar na rede integrada de transporte (RIT) são estudantes de ensino médio da rede estadual.
"O correto seria universalizar a meia-tarifa, para que todo estudante tenha direito ao desconto", diz o estudante Arilton Freres, presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), que participa das discussões. Embora as manifestações de estudantes exijam a passagem grátis, o movimento estudantil considera a negociação positiva. "É uma maneira de alcançar progresso enquanto o passe livre não é implantado", justifica Freres.
Além de avaliar a possibilidade de ampliação, esclarece a Urbs, é preciso estudar também fontes de recursos para evitar que o passe escolar represente aumento na tarifa para os passageiros pagantes. De acordo com o diretor de transporte da empresa, Fernando Ghignone, o sistema de transporte é auto-sustentável e todas as despesas são rateadas entre os usuários pagantes.