Uma plenária foi o pontapé inicial, ontem, para uma ampla discussão sobre os desafios do gerenciamento da Rede Integrada de Transporte (RIT), cujo sistema de ônibus atende a Curitiba e outras 13 cidades da região metropolitana. O encontro, organizado pela Secretaria de Assuntos Metropolitanos da capital, reuniu representantes de prefeituras de cidades que já integram o sistema e de outras que gostariam de fazer parte, além de membros do governo do estado e trabalhadores do setor.

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Um município que não é integrado, mas gostaria de ter um canal mais direto de transporte até Curitiba é a Lapa. Distante 70 quilômetros da capital, a cidade, que faz parte da região metropolitana, só consegue chegar a Curitiba por meio de ônibus rodoviários–que custam mais caro– ou via Araucária –cuja viagem demora três horas. "Se não viabilizarmos o transporte coletivo, fica difícil a mobilidade da população", diz a prefeita Leila Klenk. Ela lembra que a cidade possui uma praça de pedágio na entrada, além de estar se fortalecendo como polo industrial. Para Leila, além de uma possibilidade de integração direta com Curitiba, mesmo com um custo mais alto, seria relevante pensar nas ligações entre as cidades metropolitanas que podem ser feitas sem passar pela capital.

O diretor de transporte da Comec, André Fialho, afirmou que esse assunto é urgente para o governo do estado, que pretende lançar a licitação das linhas metropolitanas ainda no primeiro trimestre de 2015. Para ele, uma possibilidade para integrar as cidades mais distantes é apostar em anéis tarifários, onde a tarifa é maior para as distâncias mais longas. Ainda assim, ele ressalta a importância de se estabelecer um modelo que possa ser aplicado em qualquer cidade.

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Já para Roberto Gregório da Silva Junior, presidente da Urbs, essa discussão precisa ser aprofundada. "Precisamos de um modelo mais perene de governança, com participação da sociedade e municípios", defende. Para a Urbs, uma possibilidade é manter a integração para o usuário e dividir a gestão do sistema. Assim, a prefeitura fica responsável pelas empresas que compõem os três lotes do sistema que já foram licitados e o governo do estado com as empresas que atuam de forma precária, nas linhas metropolitanas. "É perfeitamente possível, do ponto de vista técnico, manter a integração da operação", diz, ressaltando que o assunto será tema de conversas durante a discussão de renovação do convênio entre a Urbs e Comec, que vence em dezembro.