Após as denúncias publicadas pela Gazeta do Povo nos últimos três dias sobre as irregularidades no sistema de táxi de Curitiba, o presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), Roberto Gregório da Silva Junior, afirmou que o órgão estuda a ideia de usar sistema de biometria para fiscalizar os taxistas e autorizatários a quem as placas são cedidas. "Como a legislação prevê que o dono da placa tem que cumprir cerca de um terço da jornada, então nós temos que criar algum mecanismo de fiscalização. A questão da biometria é uma delas", afirmou nesta terça-feira (5), em audiência na Câmara Municipal.
De acordo com a ideia inicial, os autorizatários e os motoristas colaboradores terão que se identificar no começo e no final de cada corrida, assim como ocorre com o registro de impressão digital nas autoescolas. Outra possibilidade seria a realização de inspeções diárias por amostragem, por placa, em que os fiscais iriam a campo verificar a atuação dos permissionários.
Gregório garantiu que, após as denúncias da Gazeta, cobrou medidas imediatas dos responsáveis pela área no órgão. De acordo com o presidente da Urbs, a direção do órgão tem conversado com os principais "atores" deste segmento, como as centrais de táxi e as entidades representativas dos trabalhadores da categoria. Além disso, a Urbs garante que está estudando a regulação das novas placas e dos credenciamentos já existentes.
"Nessas conversas a gente buscou obter elementos necessários para que pudesse efetivamente dar os próximos passos", disse. Gregório afirmou ainda que a pauta dos táxis entrará em discussão assim que a Urbs definir a questão do transporte coletivo.
O Ministério Público do Trabalho (MPT), que também acompanha as denúncias, solicitou uma audiência com a direção da Urbs. O objetivo do promotor Gláucio Araújo de Oliveira é saber como a empresa fiscaliza os autorizatários e que providências o órgão pode tomar para evitar que os taxistas atuem em jornadas estendidas.