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polêmica

Ursos-polares são motivo de briga entre ONG e Aquário de São Paulo

Aquário de São Paulo recebeu casal de ursos polares, mas ativistas defendem que eles sejam devolvidos à Rússia. | Aquário de São Paulo/Divulgação
Aquário de São Paulo recebeu casal de ursos polares, mas ativistas defendem que eles sejam devolvidos à Rússia. (Foto: Aquário de São Paulo/Divulgação)

O casal mais famoso do momento, pelo menos entre ativistas de direitos dos animais, não são Kanye West e Kim Kardashian, mas sim Aurora e Peregrino, ursos-polares trazidos da Rússia para morar no Aquário de São Paulo. Para eles, foi construída uma área de 1.500 m², com neve artificial e um tanque com 1,1 milhão de litros de água (mais que uma piscina semiolímpica). Desde abril eles podem ser visitados pelo público.

A cópula, que ocorreu um mês após a chegada dos animais, ainda começo deste ano, seria um indício da boa adaptação dos bichos ao novo lar. Há até mesmo a chance de Aurora estar esperando filhotes. “Mas ainda temos que esperar alguns meses para confirmar”, diz Anael Fahel, proprietário e diretor do aquário.

O problema, segundo os ativistas, é que eles não deveriam estar ali. “Qualquer pessoa pode identificar o quanto esses animais estão em sofrimento e apresentam problemas alérgicos, movimentos repetitivos, letargia, apatia”, diz Ila Franco, ativista e fundadora da Aila (Aliança Internacional do Animal).

Para ela o ideal é que os animais sejam mandados de volta para a Rússia, para um santuário, longe da atenção do público. As manifestações para que os animais sejam “devolvidos” tem dia e hora marcados: todo domingo das 10h às 12h, em frente ao aquário, localizado no Ipiranga (zona sul da capital). Segundo Fahel, não houve queda nas visitas por conta dos protestos: “as pessoas até riem dos manifestantes”, diz.

Oportunidade

Fahel diz que o grupo de Aila está se aproveitando da popularidade dos ursos para aparecer na mídia brasileira e internacional. “Eles escrevem cartazes em inglês e em russo. Nosso público em geral não lê em inglês e muito menos em russo.”

Ele diz ainda que não houve qualquer tentativa de contato anterior às manifestações e que os ursos estão em excelente estado de saúde e perfeitamente adaptados. Fahel afirma que documentos estão sendo minuciosamente registrados e juntados a um processo por calúnia e difamação que o Aquário de São Paulo deve mover contra a ONG de Ila e outros manifestantes. “A lei brasileira é muito rigorosa e estamos cumprindo com todas as obrigações”, diz. “Esse é um dos melhores tanques do mundo.”

Os manifestantes, por sua vez, insistem: “nós iniciamos o protesto no primeiro fim de semana que os ursos foram apresentados ao público e a cada manifesto têm chegado mais ativistas, ONGs e pessoas comuns que se identificam com nossa causa”, afirma Ila.

Se por um lado os manifestantes estão motivados, do outro há promessa que a briga vai ser boa: “Sabe quando eles vão conseguir levar esses ursos daqui? Nunca”, diz Fahel.

A Aila, que também trata e promove adoção de cães e gatos, é ainda contra contra zoológicos, contra o uso de animais na pesquisa científica e também contra o consumo carnes. “O homem não nasceu para comer carne e sua natureza é herbívora”, diz Ila.

Pesquisas científicas, porém, indicam que o consumo de proteína de origem animal foi crucial para o desenvolvimento da espécie. E praticamente todos os tratamentos médicos modernos tem na pesquisa com animais parte crucial de seu desenvolvimento.

Ursos polares no Aquário de São Paulo

QUANDO: todos os dias, das 10h às 17h

ONDE: rua Huet Bacelar, 407, Ipiranga

QUANTO: até R$ 60

CLASSIFICAÇÃO: livre

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