Tratamento
Acompanhamento reverte o quadro de doenças bucais nas crianças
O controle das consultas odontológicas das crianças de zero a 5 anos por meio da carteira de vacinação atua diretamente na prevenção da cárie infantil. Conforme o dentista e autor do trabalho, Geraldo Stocco, em média 70% das crianças que fazem seis anos e entram no ensino fundamental já têm cárie. Durante o trabalho, o dentista constatou que 70% das crianças que passaram pelo monitoramento entram na escola sem cáries e 30% têm cárie inicial. "O monitoramento consegue reverter o quadro", explica.
Além disso, conforme Stocco, as idas frequentes ao dentista ajudam as crianças a perderam o medo dos consultórios. "A prevenção começa com a saúde bucal da mãe, e se estende com o bebê, que tem que fazer limpeza e logo mais tarde a escovação", explica. Stocco repassa as informações aos pais durante as consultas. "Há casos de mães que não trazem os filhos no retorno marcado na carteirinha, mas quando retornam os filhos estão sem cáries porque fizeram o dever de casa e cuidaram dos dentes dos filhos", comenta.
A bebê Maria Vitória Cardoso tem 6 meses de idade e já foi três vezes ao dentista, apesar de ter só dois dentes em formação. "Com certeza, esse trabalho ajuda muito", conta a mãe Vanessa Fernandes Reis. Stocco lembra que os dentes de leite são os guias dos dentes permanentes e que por isso precisam de atenção especial.
Quando as crianças ingressam na escola na rede pública, contam com programas de prevenção a carie. Segundo Léo Kriger, da Secretaria Estadual de Saúde, alunos de seis a 15 anos de escolas municipais e estaduais fazem bochecho com flúor uma vez por semana nas escolas.
Premiação
O Mostra Brasil Aqui Tem SUS foi criado para valorizar as iniciativas da rede pública. Os vencedores recebem um troféu e podem apresentar as iniciativas em congresso promovido pelo Conasems.
Pais que levam os filhos para tomar vacinas num posto de saúde de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, têm mais um compromisso: levar a criança ao consultório odontológico do próprio posto para fazer uma consulta. A ida ao dentista é registrada na carteira nacional de vacinação, que é individual, e o retorno já fica agendado. Atrelar a ida ao dentista à vacinação foi uma ideia desenvolvida pelo dentista Geraldo Stocco. O trabalho começou em 2005 e agora a iniciativa foi reconhecida nacionalmente com o prêmio Mostra Brasil Aqui Tem SUS, entregue pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) no último dia 28, em Brasília.
Stocco era dentista da rede pública quando percebeu que era grande o número de casos de crianças que iam ao posto de saúde para fazer tratamento de canal nos dentes de leite. Ele começou a desenvolver um trabalho preventivo. Cada paciente de zero a 5 anos que era atendido no consultório tinha a consulta registrada na carteirinha, no espaço destinado ao desenvolvimento da criança.
Antes de a carteirinha ser reformulada pelo Ministério da Saúde, em 2006, Stocco encaminhou a proposta de monitoramento ao setor de saúde bucal do Ministério, que acrescentou na nova formatação da carteira de vacinação um espaço destinado ao atendimento odontológico.
Desde 2011, há uma recomendação da Secretaria Estadual de Saúde de que o mesmo procedimento seja adotado através do programa Mãe Paranaense. "Nessa gestão, já capacitamos cerca de 200 dentistas para que façam o acompanhamento perante a carteira de vacinação nos municípios do estado", destaca o coordenador de Saúde Bucal da Secretaria Estadual de Saúde, Leo Kriger.
Stocco é voluntário da Pastoral da Criança e um documento da coordenação nacional da instituição autoriza o dentista a treinar as líderes da Pastoral para fiscalizar os pais e responsáveis pelas crianças para que eles levem os filhos ao dentista nas datas estipuladas para as vacinas. O treinamento, conforme Stocco, deve iniciar neste ano e atender inicialmente aos 17 municípios da diocese de Ponta Grossa.
Como o trabalho foi premiado na assembleia do Conasems, em Brasília, a expectativa de Stocco é que o monitoramento seja replicado em outras secretarias municipais de Saúde. Hoje, o trabalho é desenvolvido no posto de saúde da Vila Hilgemberg, em Ponta Grossa. Inicialmente, em 2005, quando o monitoramento foi desenvolvido no posto do bairro da Ronda, teve a coautoria dos dentistas Leo Kriger (hoje na Secretaria Estadual de Saúde), Carolina de Oliveira Zim e Márcia Baldani.
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