Cerca de 70% dos 3.500 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) no País não estão minimamente adequados ao modelo de humanização considerado ideal por especialistas da área, segundo dados da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (Sobrati).
Estudos recentes indicam que detalhes simples, como a presença de janela e relógio no quarto e maior contato com familiares durante a internação são decisivos não só para a recuperação mais rápida.
"Durante muito tempo, a única preocupação dos profissionais da área foi salvar vidas. Mas nos últimos 15 anos começou a haver um cuidado com a qualidade de vida do paciente após a internação. Isso está ligado ao aumento da sobrevida", diz Álvaro Réa, presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).
"Estudos indicam que muitos pacientes levam de 6 a 12 meses para voltar às atividades normais por causa das sequelas."
Segundo o psiquiatra Marcelo Feijó de Melo, da Unifesp, é comum entre pacientes que passaram por longas internações a síndrome do estresse pós-traumático.
"Esse quadro é grave e limita muito a vida do paciente pós-UTI." O índice de licenças e aposentadorias precoces entre os portadores da síndrome chega a 40%, afirma o psiquiatra.
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