A chegada do outono marca o início das campanhas de vacinação contra a gripe A (H1N1), geralmente iniciadas em março na rede privada e em abril na rede pública de saúde. Neste ano, no entanto, o calendário da imunização dos laboratórios particulares está atrasado devido à falta do medicamento e, até o momento, não há certeza em qual data a vacina estará disponível à imensa parcela da população que não faz parte dos grupos prioritários atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Dicas
O Hospital Pequeno Príncipe, que também aguarda a vacina tetravalente, alerta para cuidados básicos contra o vírus da gripe: manter a casa arejada, lavar as mãos várias vezes ao dia, cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar, evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal.
R$ 120
É a estimativa de quanto deve custar cada dose da tetravalente, segundo a Clínica Proteção, de Curitiba. O preço da vacina é regulamentado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, da Anvisa, e ainda não foi divulgado.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vacinas não chegaram aos laboratórios porque o medicamento ainda não foi liberado para comercialização. Trata-se de uma nova vacina contra a gripe, mais eficaz: enquanto a trivalente protege contra os vírus A/H1N1, A/H3N2 e B, a nova vacina tem em sua composição mais uma cepa do vírus B, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em nota, a Anvisa informou que duas vacinas influenza tetravalente fabricadas no Brasil – produzidas pelas empresas GSK Brasil Ltda. e Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda. – estão regularmente registradas, porém ainda não foram liberadas porque “a atualização de cepas encontra-se em exigência técnica”, o que significa que a agência reguladora está analisando esclarecimentos e informações fornecidas pelas empresas sobre a atualização das cepas de vírus.
Atraso
Segundo a Anvisa, a GSK e a Sanofi solicitaram a atualização de cepas tardiamente, devido a atrasos na disponibilização dos reagentes pelos organismos internacionais envolvidos e, por isso, a liberação ainda não foi finalizada. Procurada pela reportagem, a GSK informou que não há prazo definido para a liberação do medicamento, pois o trâmite depende da Anvisa. Já a Sanofi ressaltou que o processo de liberação da vacina está correndo dentro dos prazos e que a atualização de duas cepas (H3N2 e B) demandou mais tempo para a produção do medicamento. A empresa afirmou estar empreendendo todos os esforços para atender rapidamente às solicitações da Anvisa, esperando que o medicamento seja disponibilizado até o fim de abril.
Dúvidas frequentes
Com a trivalente ou a tetravalente, o importante é tomar alguma das vacinas e se proteger.
Saiba mais:
Quais são os grupos prioritários que recebem a vacina gratuitamente?
São alvos da campanha nacional crianças de 6 meses e menores de 5 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), população indígena, pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde, portadores de doenças crônicas não-transmissíveis, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.
Tomei a vacina ano passado, preciso tomar novamente?
Sim. A proteção contra a gripe dura até um ano após a vacinação. Além disso, a composição das vacinas muda conforme os vírus circulantes no ano anterior.
A vacina contra a gripe A provoca gripe?
Não. A vacina contra a gripe contém vírus mortos que não causam gripe. O que pode acontecer é você ser infectada antes de tomar a vacina e a doença se manifestar após a imunização. Além disso, há diversos vírus respiratórios circulando na época em que as campanhas de vacinação iniciam. Você também pode ser infectado por vírus não contemplados pela dose.
Quais são as contraindicações?
O Ministério da Saúde contraindica a vacina para pessoas com histórico de reações alérgicas em doses anteriores ou para pessoas alérgicas a ovo de galinha e derivados.
E os efeitos colaterais?
Após a aplicação da vacina, podem ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema e induração. São manifestações consideradas benignas, cujos efeitos passam, na maioria das vezes, em 48 horas.
Em Curitiba, pelo menos seis laboratórios aguardam a chegada dos lotes da trivalente e da tetravalente. Embora tomar a vacina com atraso não implique alteração na maneira como o medicamento age no organismo, especialistas apontam que o prolongamento do tempo sem imunização aumenta os riscos de contrair uma gripe e suas complicações.
“Quanto antes a maior parte da população for vacinada, melhor. Porque é agora que a incidência de casos de gripe e complicações começa a aumentar. Se as vacinas chegarem até o fim de abril, já serão dois meses de atraso. É importante que haja um posicionamento da indústria farmacêutica pois trata-se um assunto de interesse da população”, explica Milton Zymberg, diretor do laboratório Frischmann Aisengart. Vale lembrar ainda que a os anticorpos que garantem proteção contra a gripe começam a surgir cerca de três semanas após a vacinação; a proteção máxima é atingida após aproximadamente 45 dias. A proteção estende-se por entre oito e 12 meses.
Rede Pública
A campanha nacional de imunização começa a partir do dia 27 de abril, segundo definição do Ministério da Saúde. O SUS fornece gratuitamente a vacina trivalente para a população considerada de risco. No Paraná, todas as unidades de saúde realizam a vacinação entre as 8 e as 18 horas.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), ainda não foi divulgada a meta de imunização desse ano. No ano passado, três milhões de pessoas foram vacinadas no estado.
Opção tetravalente protege mais contra mais tipos de vírus
Todos os anos, a Organização Mundial da Saúde recomenda o tipo de vírus que deve ser contemplado pela vacina contra a gripe A. Isso acontece porque existem inúmeros tipos de vírus influenza A e B que provocam a gripe, e a composição da vacina é definida de acordo com os vírus circulantes no ano anterior, a fim de garantir maior eficácia ao produto.
Foi observada a circulação de uma cepa [tipo de vírus] que não estava contemplada na vacina e, por isso, foi feito esse ajuste [para a tetravalente].
Jaime Rocha, médico infectologista.
Até o ano passado, toda a rede de saúde utilizava a trivalente, cuja proteção estende-se para os vírus A/H1N1, A/H3N2 e B.
Evolução
A tetravalente, medicamento a ser lançado em 2015, tem em sua composição uma cepa do vírus B a mais, ou seja, protege contra um vírus a mais do que a trivalente.
O infectologista Jaime Rocha explica que a ampliação protetiva da vacina é importante porque estimativas sugerem que até 25% das gripes sejam causadas pelo vírus B.
“Foi observada a circulação de uma cepa que não estava contemplada na vacina e, por isso, foi feito esse ajuste.”
No entanto, o médico reforça que o mais importante é tomar a vacina e que ambas, tanto a trivalente quanto a tetravalente, são seguras e eficazes.
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