A vacina contra a gripe começa a se esgotar nos laboratórios particulares de Curitiba. Treze dias após o início da imunização em suas unidades, o laboratório Frischmann Aisengart, que possui três centros de vacinação em Curitiba, encerrou na tarde desta quarta-feira (13) a venda de vacinas contra a gripe. Até o fim do dia, aproximadamente 21 mil doses já terão sido aplicadas, de um total de 25 mil encomendadas pelo laboratório para a vacinação deste ano - volume 25% maior do que o total de vacinas aplicadas no ano passado. As outras unidades serão aplicadas ao longo da semana em pessoas que já compraram a vacina por meio de um sistema de voucher estabelecido pelo Frischmann.
“Pelo número de vouchers que já foram emitidos, comparados com o número de doses disponíveis, estamos atingindo o teto”, justifica o diretor do laboratório, Thiago Liska. Segundo ele, se sobrarem doses após a imunização de todas as pessoas que já compraram a vacina, a venda será reaberta. Caso contrário, não há previsão para a chegada de novos lotes de vacina nas unidades de vacinação. “Há mais de duas semanas tentamos negociar com a GSK e a Sanofi uma compra complementar, que seria importante, e eles estão dizendo que não têm condições de atender”, explica Liska.
Atualmente, são três os laboratórios que fornecem vacinas para o mercado brasileiro: Abbot (que produz apenas vacinas trivalentes), GSK e Sanofi.
Conforme a coordenadora do Centro de Vacinas do Hospital Pequeno Príncipe e representante da Sociedade Brasileira de Imunizações, Heloísa Giamberardino, os estoques de vacina contra influenza são, de fato, limitados. “São estoques que tendem a atender grupos prioritários, porque a produção mundial da vacina não é contínua. É uma vacina feita por remessas, não é como a de varicela e outras doenças, que tem produção contínua”, diz Heloísa.
A explicação é reiterada pela Abbot, que informou por meio de nota que “todos os anos a produção da Abbot (assim como ocorre com outros players da indústria) são baseadas na demanda do ano anterior” e que “o processo de fabricação da vacina é complexo e extenso, e, portanto, planejado com antecedência”. De acordo com a empresa, todo o estoque trazido ao país já foi fornecido aos clientes, dentre os quais estão distribuidores farmacêuticos, hospitais, clínicas e empresas.
Por meio da assessoria de imprensa, a GSK informou que não divulga informações sobre estoques ou a possibilidade de atender novas demandas e disse que não é a única fornecedora do mercado. A Sanofi Pasteur, cuja vacina deve chegar ao mercado nos próximos dias, foi procurada por telefone e e-mail, mas a redação não obteve resposta até o momento.
Outros laboratórios
No Centro de Vacinas do Hospital Pequeno Príncipe, as doses estão esgotadas, mas a expectativa é de que nos próximos dias a vacina da Sanofi Pasteur estejam disponíveis no local. Conforme Heloísa, nesse momento as vacinas já estão sendo adquiridas de distribuidores (e não diretamente dos fabricantes) e, por isso, há variação de preço de R$ 100 a R$ 130.
No Inalar Vacinas, não há doses disponíveis, mas novas vacinas devem chegar entre sexta-feira e terça-feira. No Previnna, que deveria ter recebido um novo lote nesta quarta-feira, a chegada das vacinas deve acontecer na segunda-feira. Até lá, as doses estão esgotadas.