Uma vacina contra um tumor cerebral deu resultados positivos em testes feitos nos Estados Unidos, estendendo a vida de doentes terminais. Os cientistas divulgaram o feito durante a reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), em Chicago, nos EUA, nesta segunda-feira (20).
Não se trata de uma vacina a ser distribuída para toda a população, como ocorre com doenças como a gripe e a poliomelite. A vacina, neste caso, é feita especificamente para um paciente que já teve esse tipo de câncer, para evitar o retorno do tumor.
O "glioblastoma" é um dos tipos mais comuns de câncer no cérebro. Sem cura, ele se espalha rapidamente e mesmo quando controlado pela quimioterapia, a taxa de reaparecimento do câncer é alta.
Os testes foram feitos em 33 pacientes em três hospitais americanos. Cada um recebeu uma vacina feita pessoalmente para ele, feita a partir de seu próprio tumor.
"A vacina induz uma resposta de defesa contra alvos múltiplos específicos do tumor que permitem que o próprio organismo do paciente lute contra sua doença", disse, em nota, o líder do estudo, Andrew Parsa, da Universidade da Califórnia em São Francisco.
Segundo a equipe responsável, a vacina se mostrou mais segura e menos tóxica que os tratamentos convencionais. Pacientes que receberam quatro doses viveram, em média, mais 11 meses alguns chegaram a um ano. Sem o tratamento, a maioria morre entre cinco e nove meses. Apenas 2% passam de cinco anos após o primeiro diagnóstico.
Os pesquisadores se mostraram especialmente confiantes porque a vacina gerou uma resposta de defesa em todos os pacientes que receberam doses, mesmo nos que reagiram menos. Isso, segundo eles, indica que o tempo de vida nessas pessoas pode ser estendido mais ainda, com mais estudos.