Assim como no caso da gripe, cujo surto fora de época assustou a população, a pneumonia também pode ser prevenida com a aplicação de uma vacina. A infecção dos pulmões causou a morte de 2.909 pessoas em 2014 no Paraná, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a vacina pode ser uma alternativa. A indicação, porém, é que apenas crianças, idosos e adultos com determinadas comorbidades imunizem-se. Para estes grupos, a vacina está disponível gratuitamente em Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais.
“A pneumo-10 é para crianças e a pneumo-23 é para pessoas da terceira idade”, explica o coordenador estadual de imunizações, João Luis Gallego Crivellaro. Segundo ele, a vacina para as crianças, que previne dez tipos de infecção causadas pela bactéria pneumococcus, faz parte do calendário básico de vacinação e deve ser tomada em duas doses: uma aos dois meses de idade outra aos quatro meses de idade. Um reforço deve ser aplicado quando a criança completa um ano e a imunização dura por algumas décadas.
Conforme o infectologista Jaime Rocha, a vacinação das crianças faz parte do calendário oficinal de imunização devido ao risco que as doenças causadas pela bactéria representam para o público infantil. “Pneumonia grave, meningite e infecções generalizadas causadas pelo pneumococcus estão entre as doenças que mais causam óbitos em crianças de até 5 anos”, diz. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), só a pneumonia matou aproximadamente 922 mil crianças em todo o mundo em 2015.
No caso dos adultos, a vacina gratuita só poderá ser aplicada em idosos com 60 anos ou mais ou para integrantes do grupo de risco mediante requisição médica. Conforme Crivellaro, a imunização é recomendada especialmente para idosos que vivem em casas de repouso. Segundo o infectologista Jaime Rocha, devem também se imunizar pessoas portadoras do vírus HIV, pacientes de transplantes, pessoas que fazem tratamentos com imunossupressores ou que têm imundeficiências congênitas, diabéticos, entre outros fatores. Se o médico da pessoa avaliar que há necessidade, uma dose de reforço deverá ser aplicada cinco anos após a primeira dose.
Quem não estiver nos grupos considerados de risco ainda pode se imunizar em centros de vacinação privados, contudo os médicos não recomendam a prática. “Se a pessoa não tem uma comorbidade, não recomendaria a vacinação, porque o risco de ter a doença é muito baixo e o benefício é questionável”, afirma Rocha.