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| Foto: MARVIN RECINOS/AFP

A Organização Mundial da Saúde(OMS) afirmou nesta quarta-feira (9) que a vacina para combater o surto de vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, pode chegar tarde demais.

“O desenvolvimento das vacinas ainda está em um estágio muito precoce e as opções mais avançadas ainda vão demorar vários meses para serem testadas em humanos”, disse a diretora-geral-adjunta da OMS, Marie-Paule Kieny, acrescentando que “é possível que as vacinas cheguem tarde demais para o atual surto na América Latina”.

Leia tudo sobre o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, do zika e da chikungunya

A organização informou ainda que estabeleceu três prioridades: desenvolver testes para detecção de dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo Aedes, desenvolver vacinas de proteção baseadas em vírus não- vivos para mulheres em idade fértil, e ferramentas inovadoras para combater os mosquitos que transmitem as doenças.

Os métodos tradicionais de aplicação de inseticidas, segundo a OMS, não tiveram impacto significativo na redução da dengue, aumentando a preocupação de como as autoridades devem fazer para impedir a proliferação do vírus da zika e do mosquito.

Marie-Paule Kieny, diretora da OMS, disse que há provas de que os métodos convencionais estão perdendo a batalha contra a dengue e que é preciso fazer qualquer coisa para reduzir os casos da doença. Ela fez a mesma observação para o combate ao vírus da zika.

As autoridades também consideram o uso de mosquito geneticamente modificado para conter o surto, mas que essas novas formas de combate devem ser avaliadas de forma rigorosa.

O surto de zika, que pode estar associado a casos de malformação congênita, poderia atingir entre três e quatro milhões de pessoas nas Américas, segundo a OMS, que declarou estado de emergência internacional.

Pesquisa

De acordo com a OMS, 67 empresas e instituições estão atualmente empenhadas em produzir testes, vacinas, medicamentos e produtos para controlar o mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus Zika.

São 31 equipes trabalhando em testes de diagnóstico, 18 focadas no desenvolvimento de vacinas, oito para tratar da doença e 10 no controle do mosquito transmissor, que se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento. Até o momento, nenhuma vacina ou medicamento foi testada em humanos.

Segundo a OMS, a comunidade científica “respondeu prontamente” à necessidade de produtos médicos relacionados à infecção por Zika e de medidas inovadoras de controle vetorial.

Em comunicado, a OMS destacou também que a rapidez com que a informação está sendo divulgada entre os países é “um grande avanço em relação à resposta da comunidade científica ao surto de Ébola” que atingiu países da África em 2014 e 2015.

“Embora o desenvolvimento de produtos esteja em fase mais inicial do que o do Ébola”, disse Marie-Paule Kieny, a metodologia e a coordenação entre parceiros “está muito mais avançada, graças às lições aprendidas durante a epidemia de Ébola”.

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