A prefeitura de Curitiba concluiu, nas últimas semanas, uma mudança no projeto do Corredor Marechal Floriano Peixoto: as vagas de estacionamento, que ficavam à direita das faixas de rolamento, foram deslocadas para a esquerda – ficando exatamente ao lado da ciclofaixa em um trecho de 1.325 metros. A medida ganhou o apoio de comerciantes, por aumentar as opções de estacionamento, mas dividiu a opinião dos ciclistas.
Com a mudança, a região ganhou 56 novas vagas (passou de 161 para 217). O projeto do Corredor Floriano Peixoto, elaborado na gestão anterior, modernizou a avenida e trouxe a ciclofaixa à região. Por outro lado, a iniciativa diminuiu o espaço para estacionamento ao levar as vagas para a direita, onde estão os acessos às garagens.
Violência
Curitiba teve 222 mortes no trânsito em 2014. Em 13 delas, a vítima estava em uma bicicleta. Entre janeiro e abril deste ano, seis ciclistas morreram atropelados na cidade. Em outubro do ano passado, um estudante que trafegava pela canaleta da Avenida Marechal Floriano Peixoto foi atropelado por um Ligeirão. Ele sobreviveu. Ainda é comum ver ciclistas nas faixas de ônibus, mesmo em vias que contam com estrutura cicloviária. Mas essa realidade vem mudando, segundo a prefeitura. No último mês de fevereiro, o Executivo municipal divulgou que caiu 76% o porcentual de ciclistas que utilizam a canaleta da Rua Sete de Setembro. O local recebeu, em 2013, o primeiro projeto de Traffic Calming da cidade.
O pedido para a mudança no projeto, segundo o Executivo municipal, foi feito pela Associação dos Empresários do Grande Boqueirão (Emgrab) no segundo semestre de 2013. Ao longo de 2014, o Ippuc elaborou e discutiu com a entidade um novo projeto para o corredor. A gestão Fruet argumenta que não atendeu ao pedido dos comerciantes para simplesmente retirar a faixa, e evitou interrupção ou diminuição da ciclofaixa.
Dona de uma loja de telas e molduras na Marechal Floriano Peixoto, Rute Camargo disse que vinha recebendo reclamações de clientes. ”Melhorou muito. Não tínhamos notado queda no movimento [pela falta de vagas], mas havia muita reclamação de clientes que ficavam rodando atrás de vaga”, conta.
Já Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, 34 anos, elogiou a mudança para o movimento dos comércios locais, mas reconheceu a existência de um novo conflito. “Ainda não vi acidente, mas sempre escutamos uns ciclistas gritando para o motorista prestar atenção na hora de abrir a porta”, disse o funcionário da Loja Marques. O deslocamento das vagas fez com que o motorista tenha de desembarcar dentro da ciclovia.
Modelo anterior
O ciclista Valdecir dos Santos Rodrigues, 46 anos, disse que preferia o modelo anterior. “Tem muito motorista que abre a porta sem olhar”, afirmou o funcionário do banco Santander. Ele mora no Xaxim, a seis quilômetros da agência, e pedala todos os dias pela ciclovia.
A prefeitura argumenta que a medida trouxe ainda mais segurança para o ciclista, uma vez que “a ciclofaixa fica separada dos carros em movimento que, anteriormente, costumavam passar ao lado dos ciclistas em velocidade considerável”.
Assessor na Coordenadoria de Mobilidade da Secretaria de Trânsito, Jorge Brand, o Goura, defendeu a mudança e chegou a publicar em sua página pessoal no Facebook um vídeo com o apoio de um ciclista que trafega no local. “Dá pra conviver, respeitar e ser respeitado! (...) Bom senso por parte de todos os agentes do trânsito é uma necessidade!”, escreveu Brand.
Em tempo: o novo trecho do corredor fica entre as ruas Major Fabriciano do Rêgo Barros e Alcino Guanabara, no Terminal da Vila Hauer.
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