O número de vagas pagas do Estacionamento Regulamentado (EstaR) em Curitiba aumentou 18% em 2010 na comparação com o ano anterior. A previsão para 2011 é diminuir o ritmo de criação de novas áreas, mas, ainda assim, implantar cerca de mil vagas ao longo do próximo ano. Atualmente, a capital paranaense tem 9.182 vagas de EstaR contra 7.787 de 2009. A cidade chegará ao fim de 2011 com cerca de 10,1 mil vagas se for cumprida a previsão de crescimento de 10% das atuais áreas.
O motivo do crescimento de 18% das vagas de EstaR em Curitiba ao longo de 2010 é explicado pelo cronograma de reformar ou retivalizar ruas na cidade, segundo a coordenadora do EstaR na cidade, Jucélia de Fátima Valle. De acordo com Jucélia, durante os anos de 2008 e 2009, houve várias obras no anel central de Curitiba e, por isso, só depois das reformas é que pôde ser implantado o EstaR. "Muitos projetos não puderam ser implantados durante as intervenções, que eram necessárias", explicou. Exemplo disso foi a implantação de 657 novas vagas na Rua Padre Anchieta e nas tranversais.
Apesar do crescimento acelerado em 2010 da quantidade de estacionamento pago nas ruas de Curitiba, a arrecadação com a venda de cartões do EstaR aumentou em um ritmo menor, segundo as informações repassadas pela Diretoria de Trânsito (Diretran), órgão ligado à Urbanização de Curitiba (Urbs) e responsável pela gestão do trânsito na capital. Em 2009, o EstaR rendeu aos cofres públicos R$ 9,5 milhões. Até a primeira quinzena de dezembro, com a venda 1,1 milhão de cartões e a regularização de notificações, a Urbs arrecadou R$ 10,1 milhões, um aumento de 6,3%.
Previsão
Segundo Jucélia, hoje, não é possível adiantar quais são as ruas que irão receber a ampliação do EstaR em 2011 porque isso depende de projetos de revitalização que estão nos cronogramas de obras da prefeitura. A coordenadora do EstaR adiantou, porém, que é improvável que a cidade adote, num curto período, o uso de novas tecnologias para a cobrança do EstaR, como o parquímetro ou a compra de créditos de estacionamento pelo telefone celular.
De acordo com ela, empresas apresentam novas alternativas rotineiramente à Diretran, mas nenhum modelo, até agora, mostrou-se eficiente como o atual. "Nós não achamos um sistema que facilite a rotatividade, administre o estacionamento e faça a fiscalização", resumiu. "Há possibilidades de avanço, mas não sei se a sociedade está preparada", opinou o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em transporte e logística, Garrone Reck. Segundo ele, com o atual sistema é fácil comprar os cartões e regularizar as notificações.
Rua loteada
De acordo com Reck, é irreversível o crescimento do EstaR em cidades como Curitiba para regular a mobilidade urbana, uma vez que o crescimento do número de veículos nas ruas tende a ser cada vez maior. Segundo ele, o preço deveria ser até maior para incentivar outras formas de transporte. "Você pode usar o carro [no Centro das grandes cidades], mas paga pelo incômodo que ele causa."