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Governo e oposição continuarão a desempenhar seus respectivos papéis no drama – o primeiro oferecendo algumas facilidades e a segunda impondo outras dificuldades –, mas, no próprio DEM, sempre mais aguerrido do que o parceiro PSDB, impera hoje a avaliação de que o Planalto já tem votos suficientes para aprovar a CPMF no Senado, necessitando apenas não sair do script para manter os apoios já conquistados. Um senador "demo" diretamente envolvido com a tramitação da emenda apresentou a um colega sua planilha particular: ela registra, no cenário mais conservador, oito votos além dos 49 de que o governo precisa para prorrogar o imposto do cheque.

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Todo ouvidos – O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), dizia ontem que cancelou consulta com seu médico ortomolecular e uma sessão de ginástica, num gesto de "extrema boa vontade", para escutar o que o ministro Guido Mantega tem a oferecer na negociação da CPMF. Aparências – Na bancada do PSDB, há quem manifeste incômodo diante da constatação de que o partido se transformou em "trunfo do governo". Em almoço ontem, alguns pediram que os líderes "endureçam o discurso". Pires na mão – A bancada gaúcha não criará obstáculo à prorrogação da CPMF. Mesmo o indócil Pedro Simon (PMDB) é favorável, dada a situação fiscal do estado. Nova era – Valdir Raupp (RO) diz que se sente "aliviado" e "mais líder do PMDB do que nunca" desde que o presidente do Senado se licenciou do cargo. "Renan nunca foi meu chefe", sentencia. Outro lado – A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) nega ter procurado Dilma Rousseff (Casa Civil) para reclamar de Reinhold Stephanes (Agricultura), porta-voz de um projeto do governo que pretende incentivar o plantio de cana-de-açúcar para produção de biodiesel em algumas áreas da Amazônia. Segundo a assessoria de Marina, ela conversou recentemente sobre o assunto com Stephanes, por duas vezes, "com todo respeito e serenidade".

Barba e cabelo – O apelo que a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), fez ao relator da CPI do Apagão Aéreo, Demóstenes Torres (DEM-GO), para tirar o ex-presidente da Infraero Carlos Wilson do relatório final é só a ponta do iceberg. A ação da base hoje será para derrubar o parecer todo. Aí não – O senador Sibá Machadom (PT-AC) levou bronca dos colegas de partido por ter aprovado o plano de trabalho da CPI das ONGs, que inclui investigar financiamento externo às entidades, convênios com ministérios e renúncia fiscal para quem contribui. Um lá... – Apesar de negarem atritos a respeito do fundo soberano que o governo planeja criar, Guido Mantega e Henrique Meirelles não foram exemplo de união em Washington. Anteontem, o presidente do BC falou pela manhã e depois sumiu do evento que incluía almoço em homenagem ao ministro da Fazenda. ...outro cá – Já no prêmio que Meirelles ganhou no domingo, a fila de cumprimentos incluía Luciano Coutinho (BNDES), Octavio de Barros (Bradesco) e o ex-ministro tucano Pedro Malan, mas nada de Mantega. Ao sair, Meirelles esqueceu a estatueta de ‘melhor presidente do BC’, ganha de publicação européia.

TIROTEIO

* Do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator da CPI do Apagão Aéreo, sobre o presidente da Anac, que procurou justificar a confusão de anteontem em Congonhas dizendo que, "como o aeroporto fecha às 23h, o atraso fica para o outro dia".

– Zuanazzi é um atraso que o governo está deixando para o outro dia há mais de um ano.

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