Painel pichado na Praça da Homem Nu: parede, muro, fachada e até obras de arte, nada escapa da ação de pichadores| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Perfil

Pichadores são homens de classe média alta

Diferentemente do que se acredita, o pichador típico de Curitiba não é pobre, analfabeto e adolescente. De acordo com a Guarda Municipal (GM), o perfil é bastante diferente. "Quem picha é normalmente homem, de 13 a 36 anos, com ensino médio ou superior e membro de classe média, média alta", informa o diretor da GM, Claudio Frederico de Carvalho.

Os alvos, que podem ser prédios públicos ou propriedades privadas, são escolhidos com base na ousadia do grupo de criminosos. "Os pichadores chegam a usar extintores e rolos de pintura para deixarem suas marcas em lugares de difícil acesso, o que demonstraria que eles são superiores a outros", comenta Carvalho.

O diretor da Guarda garante que diversos grupos são monitorados tanto nas ruas quanto nas redes sociais, e que os pichadores serão responsabilizados pelo crime que cometem.

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Os parques também não escapam. Em menos de dois anos, o Parque dos Tropeiros, na Cidade Industrial, precisou ser reformado e restaurado quatro vezes por causa da ação dos vândalos. O custo foi de aproximadamente R$ 200 mil.

O desrespeito de alguns cidadãos com o que é de todos custa caro para a Prefeitura de Curitiba, de acordo com um levantamento divulgado pelo município nesta quarta-feira (2). O vandalismo que destrói ou danifica mensalmente pelo menos 200 equipamentos públicos, incluindo parques, praças, estações-tubo, orelhões e ônibus, dá um prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão anualmente.

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O problema mais visível é a pichação, de acordo com o diretor da Guarda Municipal (GM), o inspetor Claudio Frederico de Carvalho. Só em 2013, 1.300 ocorrências envolvendo pichadores foram registradas, e 200 pessoas foram encaminhadas à delegacia - mais da metade delas eram adultas. Entre os terminais, o que registra o maior número de ocorrências é o do Bairro Alto, seguido pelo do Campo Comprido, Portão e Capão Raso. O campeão desse tipo de vandalismo entre os equipamentos públicos é a escola municipal Papa João XXIII, no bairro Portão.

Atualmente, quem picha está sujeito ao pagamento de uma multa no valor de R$ 714,20, reparar o dano causado e ainda cumprir uma medida socioeducativa, se o criminoso for adolescente, ou então prestar serviço comunitário, se for adulto. "Já solicitamos à Câmara Municipal uma correção da multa para R$ 1.693,84. Se a pessoa for punida efetivamente, aumentam as chances de ela parar de cometer o delito", conta Frederico.

O comércio de sprays de tinta também está na mira da Guarda. "Quem vender o produto a crianças e adolescentes ou a adultos sem fazer o registro deles está sujeito à multa", explica o inspetor. O valor atual, de R$ 1.600, também deve ser revisto em breve e subir para R$ 4.234,60. "Caso reincida no crime, a multa dobra. Uma nova reincidência requer o pagamento do valor dobrado e implica no cancelamento do alvará", acrescenta.

Ruas e transporte coletivo

Além de depredarem postes e destruírem lâmpadas, os vândalos também prejudicam o sistema de transporte da cidade – do qual todos necessitam. Até setembro deste ano, os terminais de ônibus já registraram danos no valor de R$ 66.938,55, dinheiro gasto para comprar materiais de pintura, trocar vidros, portas, torneiras, sifões e espelhos.

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Com um custo total de R$ 137.979,00, 624 ônibus apresentaram algum tipo de vandalismo até o último mês, o que pode interferir no valor da passagem. As estações-tubo também são vítimas frequentes: 856 vidros, 980 lixeiras e 1.309 vidros de abrigos de ônibus já precisaram ser trocadas.

Denúncia

Para ajudar a conter os vândalos, a recomendação é entrar em contato com a Guarda Municipal pelo 153 ou com a Polícia Militar pelo 190. "O vandalismo pode ser praticado por qualquer um, então é importante ficar atento a qualquer ação suspeita", destaca Frederico. "Às vezes, algum ato que parece simples, como a remoção de uma tampa de bueiro, pode causar danos sérios à vida de alguém", alerta.