Na década de 90, o contador Marcos Luiz Vanin, 46 anos, foi eleito vereador em Campo Largo. Logo depois de diplomado, foi ao supermercado e ouviu de uma senhora: "Olha, avisa para o teu pai que só lá em casa ele ganhou quatro votos." "Ela votou no Vanin achando que era meu pai", conta Marcos, o filho que desde cedo teve de aprender a lidar com a enorme popularidade do pai, Augusto, hoje com 81 anos.
Para que se tenha uma idéia, há 25 anos o veterano faz rodas diárias de chimarrão no galpão de sua chácara, em Rondinha. Difícil o dia em que vêm menos de dez pessoas. Aos sábados, falta banquinho para tanta gente. Marcos, que mora do lado, marca presença enquanto assiste o velho pai brilhando no meio da italianada da região. "Eles pensam que precisam da gente, mas é o contrário. Ainda peço uns conselhos", admite Marcos que só não aceita mudar de time. O velho pai é coxa. Ele rubro-negro, desses que insiste para levar Augusto até a Arena, sem sucesso.
As lembranças dos verdes anos são muitas. Na casa centenária dos Vanin, a educação foi à moda antiga. "Na chinelada e na tala", reforça seu Augusto, sobre o tempo em que corria atrás dos quatro filhos quando algo não saía a contento.