A mesma oferta (em forma de golpe) de uma colheitadeira com no mínimo R$ 50 mil de desconto em relação ao preço de mercado está também em outros sites de vendas na internet. Já no endereço eletrônico em que o empresário Osmar Finkler foi atraído pelos sequestradores, o anúncio do maquinário agrícola foi retirado. Mas restaram os comentários de pessoas interessadas nos produtos. Só no período de 6 a 17 de dezembro, dezenas de agricultores e comerciantes demonstraram intenção em comprar a colheitadeira ofertada e enviaram informações pessoias aos golpistas.
Desde o dia 12, o agricultor Flávio Gonzaga tenta alertar os usuários do site que as máquinas oferecidas não existem. Finkler poderia ter prestado atenção aos comentários e desconfiado do anúncio. O vendedor se identificava como Edson Vladimir de Oliveira Louzada (que pode ser o nome de uma pessoa idônea, que teve os documentos usados para o golpe). Ele e Gonzaga trocaram acusações no site.
O suposto vendedor tenta manter a credibilidade da oferta, passando informações como CPF e CNPJ e busca se defender. "Venho a público esclarecer alguns fatos ocorridos com nosso nome onde fomos vítimas de pessoas de má índole que ignoram o esforço e as gotas de suores derramadas pelo semelhante na construção de um nome às custas de trabalho", escreveu. "Infelizmente dentre os mais de mil retornos que obtivemos, é nítido e notório que apareceriam engraçadinhos desocupados acostumados a ameaçarem as pessoas", acrescentou.
E ainda acusou os denunciantes de não serem agricultores. "Pior ainda quando são duas pessoas, uma que tem dois pés de manga no quintal e já se diz fazendeiro e o outro um cupimcha do primeiro que tem terras apenas em baixo da unha", ironizou o vendedor. Em outra postagem, o anunciante busca acelerar as vendas, avisando que vai entrar em férias coletivas no final de ano.
O site MF Rural é uma espécie de "Mercado Livre", mas voltado exclusivamente para produtos agrícolas. Em aviso aos interessados, a empresa alerta que a responsabilidade pela oferta é do anunciante e que cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação. A Gazeta do Povo tentou contato com a MF Rural, mas o telefone toca sem ninguém atender.