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Comportamento

Velhos orelhões resistem à tecnologia

Maria do Carmo Mazuk, moradora do Taquaral, em Campo Largo: contato com o mundo | Fotos: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Maria do Carmo Mazuk, moradora do Taquaral, em Campo Largo: contato com o mundo (Foto: Fotos: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)
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Monofone é alvo de vandalismo |

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Monofone é alvo de vandalismo

Eles pareciam estar condenados ao obsoletismo. Mas a explosão da telefonia celular ainda não ameaça o telefone público, o popular orelhão. Segundo o analista Rosciano Sousa de Andrade, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a concessão das empresas de telefonia fixa tem validade até 2025. E, apesar do avanço da tecnologia de telefonia móvel, ele diz que há quem ainda goste e dê preferência ao orelhão.

Com o reflexo da expansão do celular, as filas nos orelhões já não são tão longas como antigamente. O desafio, porém, é achar um que funcione.

Para a dona de casa Rosângela Batista, 25 anos, o celular só serve para receber chamadas. Cliente do sistema pós-pago, a opção de uso do orelhão para fazer ligações ajuda a controlar o valor da fatura no fim do mês. "Trabalho no Centro, então aproveito para telefonar no telefone público. Até de casa (o telefone fixo), eu economizo", ressalta. Ela conta que já chegou a pagar R$ 200 de conta de celular. E, por causa disso, ouviu queixas do marido durante meses.

A única opção de Odair Rabello, 47 anos, é o velho e bom orelhão. O frentista mora em Fazenda Rio Grande, em uma área em que o celular não tem sinal, e só lhe resta como meio de comunicação o uso do telefone público. "Não sinto falta, não (de celular). Afinal, o cartão é muito mais barato."

A professora universitária Araci da Luz, 60 anos, acredita que as relações pessoais ficam mais organizadas quando as pessoas fazem uso do telefone fixo. Para ela, o celular tira a privacidade, pois é possível receber uma ligação a qualquer hora ou lugar. "Eu tenho só porque ganhei um, há dois anos. Mas sempre deixo no silencioso ou desligado", confessa. Araci se diz incomodada com a interferência da tecnologia na sua vida. As pessoas cobram o uso da modernidade e não entendem que ela não goste e passe muito bem sem ela. "Ele (o celular) não faz parte de mim, por isso o esqueço em qualquer lugar. Na minha opinião, o aparelho é mais uma preocupação do que uma solução", arremata.

O estudante Roberto Camargo da Silva, 17 anos, usa o celular para jogar, ouvir música e responder mensagens. "Só ligo em alguma emergência. Não dá para ficar comprando créditos a toda a hora." No ônibus, o adolescente usa e abusa do aparelho. Quanto ao orelhão, é coisa do passado: "Uso o telefone de casa mesmo, para tristeza da minha mãe".

Vandalismo

Segundo um estudo da Brasil Telecom, no mês de julho foram solicitadas cerca de 1,7 mil reparações em telefones públicos em todo o estado. Deste total, 30% foram provenientes de atos de vandalismo, em que leitores de cartões, monofones e teclados são os itens mais danificados. Na tabela da operadora, cada conserto custa em média R$ 80. Para a empresa, o maior prejuízo porém é o da população, que não tem acesso à ligação para serviços de emergência, quando necessário.

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Serviço

As reclamações e denúncias sobre vandalismo podem ser feitas na Central de Relacionamento da Brasil Telecom pelo telefone 103 14. A ligação é gratuita.

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