São Paulo – Vencedor de dois prêmios Jabuti e eleito intelectual do ano de 2003 pela Academia Brasileira de Letras, o poeta carioca Bruno Tolentino morreu ontem, em São Paulo, aos 66 anos. Segundo o boletim médico, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

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Nos últimos cinco anos de vida, Tolentino publicou dois livros: "O Mundo como Idéia" e "A Imitação do Amanhecer". No segundo dramatiza, numa história contada em 538 sonetos alexandrinos, as obsessões que permearam sua vida como poeta. Por ele, Tolentino foi indicado este ano entre os finalistas ao 49.º Prêmio Jabuti.

Perfil

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Conservador, Tolentino fazia por meio de poesia uma crítica às pretensões modernas de compreensão total e racional do mundo.

Nascido em 12 de novembro de 1940, Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino Sobrinho conviveu desde criança com os grandes nomes da intelectualidade brasileira, entre eles Cecília Meirelles, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto.

Na década de 60, saiu do Brasil e, posteriormente, ensinou literatura em Oxford e Bristol, no Reino Unido. Assumiu a direção da editora de poesia Oxford Poetry Now em 1973.

Repercussão

O filósofo Olavo de Carvalho, seu amigo e aliado nas polêmicas, afirma que Tolentino foi "o maior poeta da língua portuguesa desde Camões’’. Para o crítico Manuel da Costa Pinto, "Bruno Tolentino conjugava em sua poesia elementos modernos e antimodernos’’. "Era antimoderno em relação ao modernismo brasileiro, pois recusava suas soluções formais de coloquialidade e concisão’’, diz. Por outro lado, se aproximava de certo modernismo europeu, inglês, que associava formas clássicas à voz das ruas.

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