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sem garantia

Venda do HSBC pode atingir crianças carentes mantidas por instituto

Palácio Avenida abriga uma das agências do HSBC em Curitiba: venda do banco pode afetar braço social da instituição. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Palácio Avenida abriga uma das agências do HSBC em Curitiba: venda do banco pode afetar braço social da instituição. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A saída do HSBC do Brasil e a venda de suas unidades locais podem causar muito mais que um impacto econômico e financeiro no mercado nacional. Devem interferir diretamente na vida de cerca de 350 crianças e adolescentes carentes, de zero a 18 anos de idade, atendidas pelo Instituto HSBC Solidariedade. Eles formam 11 instituições de acolhimento em Curitiba e região metropolitana, que recebem ajuda do instituto com projetos educacionais e culturais, como a apresentação do coral de crianças no Palácio Avenida no Natal, que já virou referência do fim de ano em Curitiba.

Ainda não há uma definição sobre como ou se o instituto será mantido, nem qual o futuro do coral. A assessoria de imprensa do HSBC enviou nota comentando apenas os negócios, ressaltando que se trata de um processo de venda e não de encerramento de suas operações no país. No entanto, segundo Cristiane Santos, representante do Instituto Municipal de Turismo, o coral deste ano já está garantido.

“O coral é o evento âncora do Natal da cidade, chama atenção do país inteiro, mas a gente já conseguiu conversar com algumas pessoas do banco que garantiram que, para esse ano, independente de quem assumir as unidades brasileiras do HSBC, não vai ter mudança ainda no Natal”, afirmou. Ela ainda garantiu que, após as negociações terminarem, o município já tem um plano de abrir conversas e realizar uma apresentação para o futuro proprietário do Palácio Avenida sobre a importância do evento para a cidade.

Mas isso não diminui a preocupação de quem está envolvido diretamente com os projetos sociais. Para a diretora do Lar Infância Sol Amigo (Lisa) – uma das instituições que recebe apoio do Instituto –, Marta Rodrigues Ortiz, o impacto pode ser negativo. Segundo ela, o coral de Natal é o que tem mais visibilidade, mas as crianças e os lares conseguem se manter durante todo ano em razão também do apoio do Instituto. “[Se o instituto acabar] Nós vamos absorver, mas temos muita coisa vinculada com eles”, afirmou Marta.

Ela lembra que as crianças têm atividades ligadas ao Instituto todos os dias da semana, como aulas de reforço por meio do método kumon, musicalização, o coro permanente e preparação para inserção no mercado de trabalho para jovens entre 16 e 18 anos. “Pouco mais de 50% das atividades das instituições são apoio do instituto”, comentou. Além disso, a parceria concede ainda plano de saúde para todas as crianças das 11 instituições de acolhimento.

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