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Veranistas ainda convivem com estragos da última ressaca no litoral do Paraná

Calçadão de Matinhos danificado pela ressaca de outubro. | Lineu Filho/Gazeta do Povo
Calçadão de Matinhos danificado pela ressaca de outubro. (Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo)

Os veranistas de Matinhos começaram a temporada com os estragos da última ressaca, de outubro de 2016, ainda bem presentes. No Pico de Matinhos, um dos cartões postais da cidade, o calçadão que dá acesso à área segue sem consertado. O que era antes um calçadão se tornou uma passagem estreita com pedras soltas e sem sinalização para se ter cuidado. A situação não é diferente nos balneários de Riviera e Flamingos.

Um dos efeitos disso tem sido observado na negociação de imóveis de frente para o mar nestes pontos. A locação nas áreas baixou e alguns proprietários já se adiantaram em colocar placas de venda-se. “O pessoal está preocupando por causa da ressaca. Tem uns pedaços dessas ruas que estão perigosos, quase cedendo, mas continua passando carro”, comenta a dona de uma imobiliária no município, Dionete Ribeiro.

Ela conta que ao verem o rastro que a ressaca deixou, alguns compradores pedem para abaixar o preço do imóvel. Os proprietários, por outro lado, recusam. “Está difícil negociar”, observa a corretora.

Segundo a Prefeitura, as áreas atingidas pela ressaca receberam uma intervenção paliativa na época. A previsão é de que o conserto de fato ocorra com obras que devem começar nas próximas semanas. “Não fizemos antes porque o município não tinha verba”, explica o secretário municipal de Obras e Urbanismo, João Carlos Espírito Santo. Conforme ele, R$ 803 mil foram repassados pelo governo do estado para recuperar a orla atingida. O montante veio após decreto de situação de emergência no litoral.

O secretário estima que, ao todo, o problema tenha afetado cerca de 3 quilômetros de extensão, com intervalos, desde a Praia Brava até a Praia Grande, em Matinhos. Os balneários de Flamingos e Riviera estão entre os mais atingidos. “Estamos trabalhando na cotação dos preços, para depois definir a empresa que oferecer maior capacidade técnica e menor preço. Até o Carnaval, o conserto deve estar terminado. São de 35 a 40 dias de obras”, completa.

Um projeto para a instalação de espigões marítimos para proteger a costa de novas ressacas também está nos planos da Prefeitura. No entanto, ainda não há recursos para avançar com a intervenção.

Calçadão liberado

O Corpo de Bombeiros informa que o calçadão do Pico de Matinhos é um ponto de gestão exclusivamente municipal. Por isso, compete à prefeitura, apoiada pela Coordenadoria Municipal da Defesa Civil e demais secretarias, avaliar riscos e demarcá-los na área.

De acordo com o secretário de Obras, o calçadão destruído chegou a ser trancado com pedras e interditado por agentes da Guarda Municipal logo que houve a ressaca do final de outubro passado. A medida, no entanto, não impediu que o público passasse pelo local para ter acesso ao mirante. A área, reforça ele, segue liberada com acompanhamento da Guarda Municipal.

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