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Frutos do mar

A caçarola mais famosa do Litoral

Jamylle e Ramsa –  filhas de Joca – que hoje administram o restaurante e o salão onde são atendidos os clientes | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Jamylle e Ramsa – filhas de Joca – que hoje administram o restaurante e o salão onde são atendidos os clientes (Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo)
Entre as especialidades da Caçarola do Joca estão pratos à base de frutos do mar, como a casquinha de siri, e o barreado |

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Entre as especialidades da Caçarola do Joca estão pratos à base de frutos do mar, como a casquinha de siri, e o barreado

Lembrado pela casquinha de siri mais gostosa do Paraná e por um atendimento quase fraternal, o Restaurante Caçarola do Joca, localizado na charmosa cidade de Antonina, no Litoral do estado, pode ter perdido o seu famoso mestre, Joaquim Carlos Alcobas, o Joca, há dois anos e meio, mas sua obra continua lá, intocável. Obra, aliás, que completa 30 anos em 2011.

As filhas de Joca, a bióloga e estudante de Direito Jamylle Alcobas, 31 anos, e a psicóloga Ramsa Alcobas, 32 anos, aprenderam com o pai a arte de atender bem e de fazer as coisas com amor. "Nós continuamos o trabalho do meu pai com o mesmo amor e dedicação que ele tinha. Continuamos dando valor ao bom atendimento", diz Ramsa. "Trabalhávamos aqui todos os finais de semana com ele, aprendendo", lembra Jamylle.

A relação entre os clientes e restaurante é tão intensa, que existem pessoas que frenquentam o espaço desde o começo. "É muito bom ver pessoas que vinham aqui antigamente voltando com a esposa, com os filhos para comer aqui. Isso mostra o quanto o atendimento é bom e o lugar, especial", diz Jamylle.

Na decoração do antigo casarão colonial, que abriga o restaurante desde 1981 – quando Joca o comprou de uma imigrante belga –, estão fotos, quadros, pratos, panelas, miniaturas, todos os presentes de clientes que gostaram tanto de Joca e seus temperos, que resolveram retribuir com novos elementos para a decoração. "Toda a nossa decoração é formada por lembrancinhas de clientes. Cada peça conta uma história diferente. As pessoas sentem que existe uma parte delas aqui dentro", afirma Ramsa. Entre as lembranças mais especiais estão um prato azteca enviado por um cliente mexicano e uma pedra recolhida no deserto do Atacama, no Chile. Outro elemento que também chama atenção é o papagaio Girico. "Um cliente veio aqui e perguntou se meu pai não queria ficar com o papagaio. Ele disse que não, o cliente insistiu e disse que o colocaria na praça para alguém levar. Então ele o pegou. Está com a gente há 26 anos", conta Ramsa.

A única mudança no restaurante depois da morte de Joca foram os dias de atendimento. O Caçarola, que até 2008 abria todos os dias, menos na quinta e na sexta-feira, hoje fica aberto apenas nos feriados e fins de semana. "Como moramos em Curitiba, só podemos abrir no fim de semana", diz Ramsa.

Culinária

Os pratos mais famosos e pedidos do Caçarola são a casquinha de siri e o linguado à primavera, os dois servidos há 30 anos. "O segredo do nosso siri é ele mesmo. Não fazemos misturas, servimos apenas o siri. Com um tempero especial é claro", diz. O tradicional barreado também faz parte do cardápio.

A comida do Joca é tão famosa, que o professor de História da Alimentação e ex-reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Carlos Roberto Antunes dos Santos escreveu um artigo para a Gazeta do Povo em 2004 sobre o assunto. "O Caçarola constitui um santuário da boa comida, com siri, camarão e peixe do dia, fresquíssimos, colhidos pessoalmente no mercado de Paranaguá", escreve. Entre os que provaram as delícias do Joca estão políticos, empresários e artistas, como Antonio Fagundes, Luiz Mello, Letícia Sabatella e o cartunista Ziraldo.

Serviço:

Caçarola do Joca, Praça Romildo Gonçalves Pereira, 42, Antonina, fone (41) 3432-1286.

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