Na diversão da galera, a regra é não deixar a bola cair. Ela voa rápido de um lado para o outro durante a partida de altinho e, basta um instante de bobeira, para a correria começar. O jeito é entrar em disparada para que a pelota não acerte a criança brincando, nem a moça que toma banho de sol.
Apesar do curto espaço entre os guarda-sóis, gastar as energias com brincadeiras e esportes durante o verão é obrigação na rotina do estudante curitibano Luís Felipe Cuman, 18 anos, e sua turma de amigos.
De férias em Matinhos até o início de fevereiro, a galera não fica um dia sequer sem jogar altinho, betes, frescobol, futebol ou vôlei na beira do mar. Também se diverte fazendo manobras com prancha de skimboard no espelho dágua e pegando jacaré nas ondas. Para eles, não existe tempo ruim. "Faça chuva ou sol, estamos aqui das 11 horas até o fim da tarde", diz Cuman. "É a chance que temos de sair da rotina, de fazer o que não podemos fazer em Curitiba", completa o também estudante, Lucas Menegusso Ferreira, 19.
Só que, quando a praia está lotada, um momento de desatenção é o suficiente para arranjar confusão. Por mais que se peça desculpa, o estrago está feito. "Já me desculpei muitas vezes. O pessoal sempre aceita, mas faz uma cara feia...", comenta Cuman.
Para a consultora de etiqueta Maria Tereza da Silva, o ideal é ter bom senso e escolher bem a hora e o local do lazer na praia. A principal recomendação é evitar aglomerações e lugares com crianças pequenas e idosos. "É importante ter noção de que existe mais gente na praia. Sem querer, pode sobrar raquetada, bolada, ou areia no rosto de alguém", afirma a consultora.
Enquanto toma sol na Praia Brava de Matinhos, a estudante Renata Mendonça, 20, natural de Arapongas, na região Norte do estado, já sofreu com algumas boladas. Mesmo assim, ela não se incomoda. Sem perder a esportiva, a estudante lembra que todos já foram crianças um dia. "Quando eu era menor, também não parava quieta na praia. É tudo questão de saber conviver", diz.