Em Desespero 2, fantasmas de personagens mortos no primeiro episódio da série aterrorizam veranistas na temporada em Matinhos| Foto: Divulgação

Obra pretende alertar para risco das drogas

Matinhos não pretende ficar apenas nos filmes de terror e suspense. Existe a ideia de rodar uma produção que aborde a temática social, com o enredo sobre os malefícios do uso do crack em um grupo de três amigos, que são levados para caminhos diferentes por causa do envolvimento com a droga.

Quem está no comando da ideia são as irmãs Brenna e Rennata Orrico, fãs de cinema desde criança e que participaram da produção de Desespero 2. "Nosso maior sonho é educar a arte do cinema para as crianças do litoral", diz Brenna, que é fotógrafa. O projeto tem o nome "Beija-Flor" e deverá ser um curta-metragem de cerca de 15 mi­­nutos. O roteiro já está pronto e elas procuram apoio para a filmagem e edição do material. Entre os atores estão ex-usuários, que receberam treinamento para atuar.

A vontade delas é explorar a força do cinema para reforçar o cuidado e a importância da prevenção às drogas. Além, é claro, de dar continuidade à produção cinematográfica independente da cidade. (CC)

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Profissionais das mais variadas áreas participaram da produção
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Um grupo de moradores de Matinhos espera que um dia os turistas que lotam as praias da cidade no verão também encham as sessões de cinema para curtir a produção local de cinema independente. O sonho ainda não foi realizado pelo publicitário Marcos Versátil. Mas ao menos ele encontrou em 2007, quando se mudou de São Paulo para Matinhos, o que precisava para alavancar a ideia: um grupo de cinco moradores da cidade que topou a empreitada de tirar do papel os roteiros escritos por ele mesmo.

E em 2009, Versátil e sua trupe deram o primeiro passo da produção cinematográfica no Litoral. Ex-proprietário de locadora de filmes e cinéfilo declarado, em fevereiro, ele os cinco moradores levaram dois dias para ensaiar, gravar e editar o curta-metragem Desespero, de 12 minutos. Assim como o tempo, o orçamento do primeiro filme também foi pequeno: R$ 1,5 mil. A obra foi exibida em em dois festivais de cinema em Curitiba e passou a ser disponibilizado em locadoras de filmes do Litoral – foram feitas 50 cópias.

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No roteiro do primeiro filme, a história de uma série de assassinatos acidentais que ocorrem em uma casa de Matinhos. Em Desespero 2, o enredo se passa novamente na mesma casa. Agora, os fantasmas das pessoas mortas no primeiro episódio assombram os veranistas que alugaram o imóvel para a temporada.

"O primeiro filme teve uma boa repercussão. Tanto que para o segundo apareceram mais interessados em participar", conta Versátil. Na segunda edição da história, rodada em 2010, participaram 25 pessoas. Foram oito meses de produção e um orçamento maior do que o do primeiro: R$ 5 mil.

Desespero 2 também é maior. Dessa vez o grupo produziu um média-metragem de 50 minutos com toques de terror. A primeira exibição foi feita em Matinhos em dezembro para aproximadamente cem pessoas. O próximo plano é realizar uma sessão aberta ao público ainda neste mês.

Para dar conta dos custos, a solução foi o jeitinho brasileiro. Boa parte do financiamento veio de permutas e apoios de comerciantes. O elenco é formado por atores amadores, gente das mais variadas áreas: funcionário público, policiais militares, estudantes, radialistas e um palhaço. "Sempre quis fazer cinema independente. Quando conheci a ideia, gostei", descreve a jornalista Silvana Cristina do Carmo, protagonista de "Desespero 2". "Fiz só por diversão e gostei bastante", comenta a estudante Maiara Guetter, de 14 anos.

Em comum entre parte dos integrantes é a vontade de viver só do cinema. Enquanto isso não é possível, Versátil prepara a terceira obra, que será um drama romântico chamado Medo de Viver". Ele garante que a série Desespero chegou ao fim. Mas o que vai persistir é a esperança de continuar na produção cinematográfica.

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No site www.desespero2.com você pode assistir ao trailer do filme.