Tomar banho de sol e relaxar em água refrescante é o programa principal de quem desce para as praias. Mas nem todo mundo gosta de areia, água salgada e aglomeração. Nesses casos, o programa de quem quer se bronzear e refrescar é transferido para as piscinas das casas, hoteis, pousadas e colônias de férias.
Apesar de morar em Salvador, na Bahia, um local de muitas praias e redutos de beleza natural na orla, a estudante Nicolli DAgulham, 14 anos, que nasceu em Curitiba e passa a temporada 2012 no Litoral do Paraná, prefere curtir o balneário com um bronzeado à beira da piscina. "Aqui tem mais conforto. Quando posso, fico o dia todo na piscina", diz ela.
Além de pular na água e permanecer algumas horas ao sol, a jovem se distrai ouvindo músicas e conversando com amigos, quando a entrada deles é permitida pela administração do prédio onde passa a temporada. Se nas areias a presença dos colegas é certa, na piscina não é tão fácil assim. "Aqui nem sempre deixam quem é de fora entrar e às vezes fica chato quando quero estar na piscina e meus amigos não podem vir até aqui", lamenta Nicolli.
A preferência por esse espaço particular, entretanto, não é consenso na família. A mãe de Nicolli, a comerciante Adriana DAgulham, 42 anos, gosta mais de ir à praia, para ter contato com a natureza. "A água do mar revigora nossas energias, mas nem sempre posso ir, porque tenho que acompanhar os filhos, que gostam mais da piscina", comenta. Quando as areias ficam lotadas, o refúgio é o espaço do prédio. "Praia cheia é horrível", diz.
Perto do mar
Se por um lado há quem goste tanto de piscina que nem coloque os pés na areia durante as férias, há quem prefira o contrário. O casal de namorados Tyhago Pessuti Balielo, empresário de 24 anos, e Josui Villaça Rodrigues, demonstradora de 32 anos, são de Curitiba e só aproveitam o verão na praia, com os pés na areia.
Para eles, nada pode substituir um dia de sol em frente ao mar. "Gosto mais de ter contato com as pessoas e com a natureza. Na piscina é tudo fechado e restrito", compara Balielo. Amantes do banho de sol nas areias, o casal, entretanto, está atento às sinalizações do Corpo de Bombeiros sobre perigos na água do mar, e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a respeito da qualidade da água. "Se tem alguma placa alertando algo, prefiro nem entrar no mar", disse Josui.
Há quem não se importe com o ambiente e aproveite tanto a água do mar quanto a da piscina durante o verão. A professora Flávia Letícia Silva, 31 anos, de Curitiba, passa a manhã nas areias. À tarde ela aproveita o sol e o calor no espaço mais reservado do edifício onde fica hospedada. Flávia tem a companhia dos pais, Dorival Antônio Silva, aposentado de 60 anos, e Sônia Soares Silva, aposentada de 56 anos, que seguem a mesma rotina.
A família vê prós e contras nos dois ambientes. Para a professora, o bom de estar na piscina é a comodidade e o espaço mais reservado, além de ser uma boa opção para quando a areia está lotada. Para o pai, a receita da diversão da família é o equilíbrio entre os dois ambientes, não sem apontar sua queda pelas areias. "A praia tem uma brisa melhor e a paisagem é muito mais bonita".
Cuidados em piscina e em praia são diferentes
Praia ou piscina, não importa: em qualquer lugar, os veranistas precisam ficar atentos para evitar problemas de saúde, especialmente em relação à pele. A dermatologista do Hospital Vita Curitiba Fabiane Mulinari Brenner recomenda que pessoas com pele seca frequentem mais a praia. "O banho de mar hidrata, enquanto a água da piscina pode ressecar a pele por causa dos produtos químicos". A recomendação, segundo a especialista, também vale para os cuidados com os cabelos. "Depois de sair da piscina, é bom usar um hidratante para a pele e nos cabelos aplicar creme ou condicionador".
Como a água do mar não é tratada, o problema é a sujeira que pode atingir feridas da pele. A dermatologista aconselha que, neste caso, os banhistas escolham o banho na piscina, que tem água mais limpa, para evitar infecções. Os pais e responsáveis, acrescenta Fabiane, devem ter atenção especial com as crianças dentro do mar. "Geralmente elas bebem a água e isso pode causar intoxicação".
Ainda sobre a permanência na praia, Fabiane alerta que a exposição ao sol nesse ambiente é mais intensa do que na piscina. "A areia e a água do mar refletem a luz do sol, o que aumenta a intensidade da luz". Ela aconselha o uso do protetor solar com mais frequência na areia, com a camada de creme renovada a cada hora.
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