Falta de água na Ilha do Mel prejudica comércio e população local
Moradores, turistas e comerciantes da Ilha do Mel reclamam e sofrem com a falta de água no local. O problema no abastecimento teria começado no dia de Natal e se estende até está terça-feira (5). Á água fornecida pela Companhia de Água e Esgoto de Paranaguá (Cagepar) apresenta coloração amarelada e mau-cheiro, segundo os moradores. Eles afirmam que não é possível beber água, sendo necessário comprar água mineral. Muitos dependem de poços artesianos para tomar banho e até mesmo cozinhar.
A água na Ilha do Mel está sendo racionada para que nenhuma região fique sem abastecimento por mais de 24 horas, segundo a Companhia de Água e Esgoto de Paranaguá (Cagepar). Nesta quinta-feira (7), a ilha foi abastecida de forma alternada entre duas áreas parte de Nova Brasília e a região da Fortaleza formaram um lote e o outro era composto pela região do Farol e a outra parte de Nova Brasília. O racionamento ocorrerá novamente nesta sexta-feira (8).
No entanto, o período sem água será maior em relação ao de quinta, quando a água chegava a cada 8 horas aos imóveis. Na sexta a água chegará por seis horas seguidas e depois encerra-se o abastecimento em cada um dos quatro novos lotes, que ainda não foram definidos. "Isso é necessário para que todos recebam água e com a mesma pressão", diz o diretor-presidente da Cagepar, Edson Pedro da Veiga.
No fim de semana, o mesmo sistema da sexta-feira será adotado para garantir que o abastecimento. "Estamos tentando distribuir a água democraticamente. Há pousadas com caixas de água que quase esvaziam os reservatórios", explica Veiga.
O diretor-presidente da Cagepar destaca que apenas chuvas fortes podem minimizar o desabastecimento. Na quarta e quinta-feira houve chuva fraca e a água serviu apenas para molhar o solo.
Visitação reduzida
Veiga destaca também que se não chover, a Cagepar poderá enviar ofício ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) pedindo um estudo sobre a redução do limite de visitantes na ilha que é de 5 mil turistas. "Não podemos trazer tantas pessoas para cá, se não há água suficiente", argumenta. Mas ele fez questão de ressaltar que, por enquanto, é apenas medida de precaução e não há data estabelecida para o envio do documento.
Já o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, afirma que o estudo até poderá ser feito. Mas apenas essa medida isolada não irá resolver o problema de falta d'água da Ilha do Mel. Segundo ele, é necessário verificar detalhadamente algumas alternativas, até porque o local vive do turismo. "Temos que pensar em desenvolvimento sustentável. O IAP e a comunidade precisam trazer soluções para a ilha que não agridam o meio ambiente", diz.
Burko cobra ainda avanços por parte da Cagepar. Para ele, a empresa deveria investir em formas de captação de água da chuva, para que então isso fosse eficiente na ilha.
Além disso, o presidente do IAP afirma que a iniciativa privada também deveria investir nesse modelo. "As pousadas têm que ser menos dependentes da água que a Cagepar fornece. Tinham que ter estrutura para captar a água de chuva e utilizá-la", argumenta.
Já José Carlos Chicarelli, presidente do Sindilitoral (Sindicato de Hotéis, Bares, Casas Noturnas e Semilares do Litoral Paranaense), afirma que os empresários da ilha precisam ter consciência de que é necessário investir em solução para o reaproveitamento e captação da água.
Entranto, para Chicarelli, faltam investimentos por parte do poder público. "Muitos ainda não conseguem enxergar o potencial turístico da ilha. Esse também é um dos motivos para determinados problemas, como o da água, ainda persistam na Ilha do Mel", argumenta o presidente do Sindilitoral.
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