Somente no primeiro mês da temporada de verão 2011/2012 foram registrados 592 casos de queimaduras por águas-vivas nas praias do Litoral paranaense. O número recorde é superior aos 541 casos registrados em toda a temporada passada e representa um aumento de cerca de 10.000% em relação ao primeiro mês da temporada anterior, quando houve apenas seis registros de queimaduras por águas-vivas em todo o Litoral.
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Eziquel Siqueira, Matinhos, seguido de Pontal do Paraná e Guaratuba, lidera o número de ocorrências. A justificativa, segundo ele, é a maior concentração de banhistas nas praias do município. "Quanto maior o número de pessoas em determinado balneário, maior é a chance do aumento de casos. Além disso, na temporada passada o monitoramento feito pelo Corpo de Bombeiros e pela Secretaria Estadual de Saúde não era tão intensivo como neste ano", diz.
De acordo com a bióloga Gisélia Rubio, chefe da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria de Saúde, correntes marítimas, mudanças climáticas e chuvas abundantes estão entre os fatores que podem ter causado uma maior incidência desses animais no Litoral.
Há três anos a família da argentina Ana Lia Montoya, de 46 anos, passa férias em Matinhos, no Litoral paranaense, e esta foi a primeira vez que alguém sofreu queimaduras por águas-vivas. Na tarde de ontem, o filho dela, Ezequiel Lipdrak, de 17 anos, teve um braço e parte do tronco queimados pelo animal. Nas proximidades de onde a família estava, em Matinhos, pelo menos mais três haviam sido queimados por águas-vivas ontem, contou Ana Lia. Ela disse que algumas pessoas que estavam no local orientaram o filho a passar bebida alcoólica sobre o ferimento, o que não é recomendado e pode piorar a queimadura.