Famílias passam o dia na areia
O movimento no fim de semana foi intenso nas praias. Muitos veranistas aproveitaram para montar barracas e passar o dia todo em frente ao mar. A família Benassi veio de Águas Claras, no Mato Grosso do Sul, para curtir o final de ano em Pontal do Sul. Eles alugaram uma casa e estão hospedados em 20 pessoas. "É a terceira vez que viemos para o Litoral paranaense", conta o comerciante Wagner Cassiano Benassi, de 29 anos. A família se enquadra no perfil dos veranistas que ficam no período mais quente da temporada: chegaram no dia 25 de dezembro e irão embora no dia 3 de janeiro. A estadia tem agradado. "O tempo é bom e não está tão quente quanto no nosso estado", diz.
Já os empresários de Maringá Dinah e Eugênio Bonardelli vieram passar as festas de fim de ano com a família e precisaram se dividir. Em 12 pessoas, alugaram três kitnets em uma pousada e contam com o apoio do apartamento de um dos parentes. "Costumamos nos dividir entre o Litoral do Paraná e Santa Catarina, mas esse ano o movimento nos surpreendeu. Está bem maior do que nos anos anteriores", comenta Dinah. A família tem aproveitado bem a praia. No domingo, passaram o dia na areia e esqueceram da hora do almoço: às 16 horas, ainda não tinham saído para comer.
Matinhos - O Natal superou as expectativas dos comerciantes do Litoral, que agora projetam movimento e lucro recordes no feriado de ano-novo. A estimativa inicial da Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Casas Noturnas, Prestadores de Serviço do Litoral Paranaense (Assindilitoral) era de que 1,8 milhão de pessoas passassem o réveillon nas praias. Entretanto, como o Natal, um feriado geralmente menos movimentado, apresentou bom resultado e o tempo está quente no Litoral, a estimativa aumentou para 2 milhões de pessoas. No ano-novo de 2009, 1,6 milhão de pessoas passaram pelo Litoral.
Entre despesas com hospedagem e alimentação, os veranistas devem gastar R$ 10 milhões a mais por dia do que o mesmo período da temporada passada, indo de R$ 30 milhões para R$ 40 milhões um aumento de 33%. Para chegar a esse número, a Assindilitoral calcula que um milhão de pessoas (excetuando o público flutuante, estimado também em um milhão de pessoas) gaste em média R$ 40 por dia.
A base da estimativa é o movimento do Natal, que teve aumento de 45% em relação ao ano passado, indo de 550 mil pessoas para 800 mil. Com isso, a taxa de ocupação dos hotéis, que no feriado de 2008 chegou a 60%, subiu para 85% neste 25 de dezembro. "O Natal superou nossas expectativas. O tempo bom e a temporada mais curta trouxeram mais veranistas", afirma o presidente da Assindilitoral, José Carlos Chicarelli.
Movimento fraco ocorreu apenas na Ilha do Mel. De acordo com Chicarelli, as taxas e o preço de pacotes desanimaram os veranistas. "Esse não é um programa de última hora. É preciso planejamento para organizar a viagem", diz.
Já nos outros pontos do Litoral a movimentação é intensa nos dias que antecedem o ano-novo: praias lotadas, trânsito lento em alguns trechos, hotéis sem vagas e filas em restaurantes. E para a virada de ano, o movimento de turistas deve crescer ainda mais. Tanto que muitos hotéis já estão com lotação total. "O dinheiro está correndo e os turistas buscam qualidade e preço bom", diz Carlos Dalberto Freire, proprietário do Restaurante Paraíso, em Matinhos.
Lucros
A movimentação será mais intensa até o dia 3 de janeiro, quando muitos veranistas deixam o Litoral e voltam a suas cidades de origem. "Depois dessa data, são as famílias que costumam ficar mais", comenta Freire. O comerciante aposta que a tendência é de que janeiro seja o mês mais forte da temporada e aponta a estrutura das cidades como um dos fatores que influencia o turismo.
"Nosso maior concorrente é Santa Catarina e eles já atingiram o limite da capacidade de receber turistas. Esperamos uma temporada mais forte", afirma Adalto Mendes Lüders, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Matinhos. Para ele, o aumento no faturamento das empresas depende do segmento. Postos de combustíveis, por exemplo, dobram o lucro. Já os supermercados têm um ganho quatro vezes maior na temporda.
No Supermercado Martins, as vendas no começo desta temporada foram 40% superiores em relação ao mesmo período do ano passado. "Os produtos mais vendidos foram refrigerantes, frutas e verduras, mas todos já foram repostos", ressalta Vanessa Cristina Machota, responsável pela fiscalização dos caixas do estabelecimento.