Os veranistas devem estar atentos à presença de águas-vivas no mar. Antes de entrar na água, a recomendação é consultar os guarda-vidas sobre o registro de pessoas com queimaduras naquele local. Na temporada passada, 197 banhistas tiveram queimaduras provocadas por águas-vivas. Em apenas um dia, foram registrados 139 casos nos balneários de Pontal do Paraná.
Não se sabe o que fez com as águas-vivas chegassem ao litoral do Paraná, porém, uma hipótese levantada foi de que os animais foram trazidos pela corrente marítima. Nesta temporada, até esta quarta-feira (29), nenhum caso foi contabilizado nas praias paranaenses, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Se a pessoa sentir ardência na pele, deve sair do mar de forma rápida. A substância liberada pelo animal causa queda pressão e a pessoa pode se afogar. Quando a água-viva entra em contato com a pele, haverá ardência no local queimado, vermelhidão e inchaço leve. "O banhista também poderá sentir dificuldade para respirar e nos casos mais graves, que são raros, a pessoa pode ter um choque anafilático (reação alérgica intensa, com fechamento da glote e taquicardia)", explica o capitão Leonardo Mendes dos Santos, relações públicas do Corpo de Bombeiros.
A pessoa deve lavar o local onde ocorreu o acidente com água do mar, para retirar as partes da água-viva que ainda restarem. Também é recomendado procurar um local onde haja vinagre e aplicar o produto sobre o local queimado. "O vinagre interrompe a ação da substância tóxica da água-viva e também alívia a ardência", afirma Santos. Segundo o capitão, o vinagre ainda não está disponível nos postos dos guarda-vidas nas praias porque não houve nenhum caso registrado. A informação oficial é de que a distribuição será feita assim que for necessário.
Uma precaução que se deve adotar é "não passar produtos caseiros, urina e água doce na queimadura ocasionada pela água-viva", alerta o médico dermatologista Carlos Bastos, presidente da regional Paraná da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A água doce fará com que as bolhas com veneno estourem e a substância poderá penetrar na pele. O médico orienta que também não se deve coçar essas bolhas também para que não se rompam.
Bastos alertou ainda que o veranista precisa procurar um médico para receber o tratamento adequado. Poderá haver a prescrição de uma injeção de analgésico, que é mais potente e irá aliviar a dor. "O banhista também deverá procurar um hospital ou um posto de saúde se tiver febre, enjoo, vômito ou dor de cabeça", afirma o presidente da regional Paraná da SBD.
Os pais também precisam ficar atentos para evitar que as crianças sejam queimadas, pois os sintomas costumam ser mais intensos.
O Corpo de Bombeiros pede ainda que a pessoa que avistar ou entrar em contato com a água-viva avise as outras que estiverem se banhando perto dela, para que outros acidentes possam ser evitados. Os guarda-vidas também devem ser comunicados sobre o caso.