As tendências do verão

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Toda temporada de verão tem a capacidade de produzir as suas próprias manias. Basicamente, essa é a forma pela qual as pessoas se lembrarão das férias. Roupas, comportamentos, gastronomia e atividades de lazer funcionam como um timbre da temporada – mais eficientes inclusive que a contagem de anos. À medida em que a orla se enche, a Gazeta do Povo foi para a areia identificar possíveis tendências para este verão. Estas são as nossas apostas:

Picolé de milho verde

Fotos: Divulgação

O tradicional sabor praieiro existe há várias temporadas. A diferença é que, a partir deste ano, o sabor antes restrito à indústria artesanal consta do catálogo da Kibon, responsável por 51% do mercado brasileiro de sorvetes. A história do picolé de milho verde começou em alguma parte jamais identificada do litoral brasileiro. Percebendo a adesão dos consumidores ao milho verde cozido, pequenos fabricantes resolveram transformá-lo em picolé. O sorveteiro Henrique Junior da Cruz, 43 anos, (foto) trabalha há seis anos na Praia Mansa. O picolé de milho verde é seu carro-chefe. A proporção é de três milhos para cada chocolate, morango ou abacaxi. "Na cidade de origem do turista não tem esse sabor, então ele só encontra aqui", revela. Com isso, o sabor também foi aprovado pela Kibon. Uma reivindicação antiga, segundo Olisses Sabóia Cavalheiro, distribuidor da empresa no Litoral.

Sertanejo universitário

Numa caminhada pelo calçadão de Matinhos existe uma grande possibilidade de o veranista ouvir a mesma música tocando em vários bares diferentes. O fenômeno reflete uma tendência de gostos que surge nas cidades brasileiras e acaba fazendo eco no litoral. Neste ano, a aposta unânime é o sertanejo universitário. "A gente fica o ano inteiro antenado no que está acontecendo no cenário musical", conta Marcelo Defante, sócio da boate Hyddra, em Caiobá. Especializada nos estilos populares, a casa fez seus dois principais investimentos do ano no sertanejo universitário. Os cantores Michel Teló (foto) e Gusttavo Lima – dois dos nomes mais em evidência no gênero – foram contratados para shows. "Esses artistas estão crescendo, e o auge desses fenômenos é sempre no verão", conta. Para esses shows, o empresário espera um público médio de 10 mil pessoas.

Estampas florais

Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Os motivos primaveris invadiram a moda verão. Em praticamente todas as lojas de roupas do Litoral, vestidos, saias, cangas e camisas são estampados com florais. O estilo vem para substituir as cores fortes e o xadrez, tendência da temporada passada. No carrossel de influências que pautam os estilos, os comerciantes cravam que, no Litoral, o que manda é o figurino criado para personagens de telenovelas. E esse tipo de estampa está em evidência na telinha, vestindo desde a veterana Marília Pêra até a badalada Carolina Dieckmann. Antes de curtir a praia, a dentista Thays Costa, 24 anos, (foto) sempre renova o guarda-roupa. "Quero estar antenada ao que está acontecendo. É uma forma de, todo ano, ter uma novidade e curtir a praia de uma maneira diferente", explica. Neste ano, ela percebeu que deveria investir nos florais. "São roupas leves e divertidas, que combinam com o litoral."

Voo de paraglider

Eles costumam fazer parte da decoração de uma praia. Os pilotos que sobrevoam de paraglider a areia são bastante observados pelos veranistas, principalmente pelos equipamentos coloridos e a coragem em voar a grande altura. O risco é apenas aparente, segundo o instrutor Márcio André Lichtnow, proprietário de uma escola de voo que ministra aulas na praia de Caiobá. "Os equipamentos são vistoriados sempre e o aluno decola após estarmos seguros de que entendeu todas as lições", conta. Para tornar a prática popular no Litoral do Paraná, Márcio e sua equipe vão organizar o I Festival de Voo Livre Vento Norte, que ocorrerá entre 7 e 8 de janeiro e vai reunir praticantes do Paraná e Santa Catarina em uma exibição coletiva. Além da divulgação, a escola decidiu criar promoções para o turista. O voo duplo, em que o cliente decola acompanhado por um instrutor, custa a partir de R$ 150.