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A 63.° edição do tradicional Banho de Mar à Fantasia lotou as ruas do centro histórico de Paranaguá, no litoral do estado, neste domingo (12).

A concentração iniciou cedo, por volta das nove horas, quando os primeiros foliões fantasiados começaram a chegar à Praça do Guincho, ponto de partida da grande festa de pré-carnaval, que começou as 13h.

Segundo estimativas da Polícia Militar, o evento reuniu cerca de 20 mil pessoas na Praça 29 de Julho, ponto final do percurso e local onde os foliões se reuniram para o tão esperado banho.

Nem o sol e a temperatura elevada, que chegou aos 30°C, desanimaram os foliões. Ao longo do percurso de três quilômetros os moradores aplacavam o calor de quem seguia o trio elétrico, esguichando água das sacadas com mangueiras ou jogando com baldes e bacias.

Neste ano o percurso encurtou de cinco para três quilômetros e a prefeitura instalou banheiros químicos ao longo do caminho para evitar o desgaste e facilitar a festa dos foliões.

No trajeto a folia é permanente e o colorido das fantasias se destaca. Criatividade é o que não falta, mas os homens travestidos de mulher dominam a paisagem. E vale tudo para aproveitar a festa, até mesmo pegar a roupa da mulher emprestada, como fez o parnanguara Erick Antunes, de 32 anos.

"Minha esposa me ajudou a escolher o modelito, mas não pôde participar porque está grávida", disse Antunes. Já o professor Joel Santos, de 21 anos, contou com a ajuda da mãe para fazer bonito. "Além de sugerir a fantasia, ela ainda botou a mão na massa e costurou o meu traje de chapeuzinho vermelho", revelou.

Protesto bem-humorado

Tradicional em Paranaguá, o Banho de Mar a Fantasia é uma festa democrática, onde participam pessoas de todas as idades e a liberdade de expressão e opinião também tem lugar garantido. Que o diga o artista popular Marcos Antônio Roque, de 53 anos, morador da Ilha de Valadares.

Ele participa do evento desde os nove anos de idade. Nos últimos anos, ele passou a escolher e utilizar as fantasias como forma de protestar contra problemas sociais e políticos. "São críticas construtivas e, claro, sem nunca perder o bom humor", garante Roque.

Neste ano a fantasia escolhida foi a do filósofo grego Diógenes de Sínope, que perambulava pelas ruas carregando uma lamparina e dizendo estar à procura de um homem honesto. Roque adaptou a fantasia e incorporou uma plaquinha onde se lia: "Séculos a procura de um político honesto".

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