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Antes de chegar ao mar, foliões de Paranaguá foram refrescados com água que vinha do trio elétrico e das sacadas das casas | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Antes de chegar ao mar, foliões de Paranaguá foram refrescados com água que vinha do trio elétrico e das sacadas das casas| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

O tradicional Banho de Mar à Fantasia reuniu ontem, em sua 63.ª edição, cerca de 20 mil pessoas no centro histórico de Paranaguá, no Litoral do estado. O desfile pré-carnaval pelas ruas da cidade – em uma tarde em que os termômetros marcavam 30°C – foi encerrado por um mergulho às margens da Praça de Eventos 29 de Julho.

A concentração começou cedo, por volta das 9 horas, quando os primeiros foliões chegaram à Praça do Guincho, ponto de partida da festa. O cortejo começou às 13 horas. Ao longo do percurso de três quilômetros, moradores da região aplacavam o calor de quem seguia o trio elétrico esguichando água das sacadas com mangueiras ou baldes e bacias. Neste ano, o trajeto foi reduzido em dois quilômetros e a prefeitura instalou banheiros químicos no caminho.

Edson Oliveira, 50 anos, do Bloco da Mama Ci, conta que a dica para chegar ao final do trajeto sem esmorecer é beber bastante líquido e, de vez em quando, procurar uma sombra e descansar um pouco. Oliveira é veterano na festa, da qual participa desde os 14 anos. "É preciso muita disposição e isso eu tenho de sobra", brinca.

No trajeto percorrido sem pressa, a folia é permanente e o colorido das fantasias se destaca. Criatividade é o que não falta, mas os homens travestidos de mulher dominam a paisagem. E vale tudo para aproveitar a festa, até emprestar a roupa da mulher, como fez o parnanguara Erick Antunes, 32 anos. "Minha esposa me ajudou a escolher o modelito, mas não pôde participar porque está grávida", explica. Já o professor Joel Santos, 21 anos, contou com a ajuda da mãe para fazer bonito. "Além de sugerir a fantasia, ela ainda botou a mão na massa e costurou o meu traje de Chapeuzinho Vermelho."

Protesto

Além de tradicional, o Banho de Mar à Fantasia é uma festa democrática, em que participam pessoas de todas as idades e a liberdade de expressão tem lugar garantido. Que o diga o artista popular Marcos Antônio Roque, 53 anos, morador da Ilha de Valadares. Ele participa do evento desde os 9 anos de idade. Nos últimos anos, tem escolhido suas fantasias como forma de protesto contra problemas políticos e sociais. "São críticas construtivas e, claro, sem nunca perder o bom humor", garante Roque.

Ontem, ele estava caracterizado como o filósofo grego Diógenes de Sínope, que perambulava pelas ruas carregando uma lamparina e dizendo estar à procura de um homem honesto. Roque adaptou a fantasia e incorporou uma plaquinha onde se lia: "Séculos à procura de um político honesto".

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