Guarás sobrevoam mangue em busca da caranguejo: ave, cujo nome significa vermelho em Tupi, reapareceu no litoral do estado, em 2008, depois de mais de 80 anos de “sumiço.”| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Hora H

Para observar animais silvestres, a bióloga Camila Domit dá algumas dicas: aproxime-se devagar e não alimente os bichos. Para animais marinhos, é melhor manter uma distância de 50 metros da embarcação até o animal. O motor do barco deve ficar ligado e desengrenado, para que ele perceba a aproximação.

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Uma reportagem do começo do anomostrou alguns dos bichos que podem ser vistos no litoral do Paraná. Um deles é o guará, a ave vermelho-escarlate que deu nome a Guaratuba. A espécie chegou a desaparecer da Baía de Guaratuba por 80 anos e, há pouco tempo, começou a reaparecer timidamente
Anfíbio anuro ainda sem nome popular (Brachycephalus_tridactylys), encontrado em Guaraqueçaba
Gato-maracajá (Leopardus wiedii), encontrado em Guaraqueçaba
Jaguatirica (Leopardus pardalis), encontrado em Guaraqueçaba
Mão-pelada (Procyon cancrivorus), encontrado em Morretes e Antonina
Onça-pintada (Panthera onca), encontrado em Guaraqueçaba
Quati (Nasua nasua), encontrado em Guaratuba e Morretes
Teiu (Tupinambis merianae), encontrado em Morretes e Antonina
Tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), encontrado em Guaratuba e Morretes.

Quando estiver no Litoral do Paraná, um conselho: dê uma olhada ao seu redor. Porque dar de cara com algum animal silvestre não é tão difícil, e mesmo aqueles ameaçados de extinção surgem de vez em quando. A região tem uma grande diversidade de bichos, seja em terra, no ar ou embaixo d’água. Isso se dá, em parte, pelas áreas preservadas de Mata Atlântica nas reservas ambientais, que ocupam boa porção da costa litorânea.

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Veja mais fotos de animais que podem ser encontrados na Reserva Natural Salto Morato

Olhe para cima. Boa parte das 744 espécies de aves registradas no Paraná pode ser vista no litoral. Em apenas um dia de observação, o ornitólogo Fernando Straube avistou 164 pássaros diferentes só na Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba. "Entrando em uma mata qualquer já se vê muita coisa", garante.

Os guarás, aves que deram origem ao nome das cidades de Guaratuba e Guaraqueçaba, estavam desaparecidos do litoral há pelo menos 80 anos. Há pouco tempo eles voltaram a ser vistos nas baías dos dois municípios. O número ainda é pequeno, mas com sorte é possível ver a ave de penas de coloração vermelha viva. Ela fica em mangues e se alimenta principalmente de caranguejos – a cor escarlate vem de um pigmento presente no crustáceo.

Marcos Wasilewski foi um dos primeiros a ver um guará na baía, em 2008. Até hoje, ele se emociona quando põe os olhos na ave. "É lindo demais", diz o coordenador do Projeto Guará, que propõe a educação socioambiental a partir da reintrodução do animal na baía de Guaratuba, feita pela ONG Instituto Guaju.

A volta dos guarás foi confirmada em 2008, quando o Instituto Guaju "emprestou" um guará vivo do zoológico de Pomerode (SC).

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No mesmo passeio de barco em que se avista os guarás, é possível observar com facilidade vários tipos de garças, biguás e até jacarés-do-papo-amarelo, espécie que já esteve ameaçada de extinção.

Outra ave característica do Paraná é o papagaio-de-cara-roxa, em risco de extinção. Dos 6,5 mil indivíduos dessa espécie, 5 mil estão no Litoral paranaense e podem ser avistados nas ilhas Rasa ou dos Pinheiros, na baía de Guaraqueçaba, em revoadas no início da manhã ou no fim da tarde. Para ver, é preciso ir de barco.

Na água

Outro show imperdível são as brincadeiras dos golfinhos na Ilha das Peças. "Tenho mais de dez anos de experiência na região e sempre vejo golfinhos, em qualquer época do ano", relata a bióloga Camila Domit, do Centro de Estudos do Mar da UFPR. Além disso, é frequente ver saltos de arraia-manta – que pode medir mais de quatro metros – também na Ilha das Peças, e encontrar tartarugas marinhas em mergulhos no Arquipélago de Currais.

Visite

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Áreas com vegetação preservada e abertas à visitação são redutos de animais silvestres. Confira algumas delas em cidades do litoral:

Antonina

Parque Estadual Pico Paraná

- Contato: (41) 3213-3849- Acesso: pela BR-116 em Campina Grande do Sul ou por trilhas que saem do Bairro Alto em Antonina. - Visitas: diariamente. Entrada franca.

Morretes

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Parque Estadual Pico do Marumbi

- Contato: (41) 3462-3598- Acesso: pela estação Paranaguá-Curitiba ou pela estrada das prainhas, saindo de Porto de Cima.- Visitas: diariamente, das 8 às às 18 horas. Entrada franca.

Paranaguá

Parque Estadual Ilha do Mel

- Área: 337,84 hectares- Contato: (41) 3426-8005 (funcionamento até às 16h30)- Visita: diariamente. Espaço público.

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Guaraqueçaba

Reserva Natural Serra do Itaqui

- Contato: (41) 3414-1153 /8497-4281/8497-4282- Acesso: pela PR-405, 30 quilômetros adiante do entrocamento com a PR-340.­­­ É possível avistar a placa indicativa ao chegar na comunidade de Tagaçaba, que fica distante dois quilômetros da sede da reserva.- Visitas: de segunda à sábado das 8 às 16 horas, com agendamento antecipado de uma semana. R$ 7 por pessoa ou R$ 20 (visita com opção de pernoite).

Pontal do Paraná

Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio Perequê

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- Contato: (41) 3972-7051- Acesso: pelo Balneário Pontal do Sul, na Avenida Mira Mar, ao lado do Centro de Estudos do Mar da UFPR- Visitas: diariamente. Entrada franca. Tempo médio de visitação: 1 hora

Superagui

Parque Nacional de Superagui

- Contato: (41) 3482-7149- Acesso: por barcas que saem de Paranaguá.- Visitas: diariamente. Espaço público

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As fotos dos animais a seguir foram feitas na Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba. A área de preservação é mantida pela Fundação O Boticário.

Bichos do Paraná