Se a Matinbanda no sábado (13) foi boa, no domingo (14) a Caiobanda foi ainda melhor. Eis a percepção de muitos que brincaram as duas primeiras noites de carnaval em Matinhos. Em termos de público, a Caiobanda alcançou a marca de 2009, levando 300 mil pessoas para a Avenida Atlântica, segundo estimativa da Polícia Militar (PM). No sábado (13), o público da Matinbanda foi de 200 mil pessoas.
"Um dos motivos para haver mais gente no domingo, mesmo tendo praticamente as mesmas atrações de sábado, é a tradição do nome Caiobanda, que ainda pesa muito", explica Gilson Moreira Macarrão, vocalista da banda Bombahia, que tocou nas duas noites.
No domingo, o grupo abriu a avenida às 22h23, ao som do raggae "Semente", de Armandinho, agradando especialmente a estudante Evelyn Moraes, de Candói (PR), que estava desde as 22 horas com a família aguardando o início da festa. "Adoro todos os ritmos, mas sou louca por raggae", contava ela, já embarcando na dança.
Em seguida, foi a vez de a banda atacar com o axé "Vixe Maria", do Araketu, e muitos outros hits de toda a plêiade carnavalesca Asa de Águia, Babado Novo, Banda Eva e afins , passando também para o rock e o sertanejo com a maior naturalidade.
Atrás do Bombahia, outros três trios elétricos com som mecânico cada um deles tocando música eletrônica, funk e sertanejo também saíram do Sesc de Matinhos em direção ao final da Praia Brava de Caiobá. O percurso foi encerrado por volta das 2h30 da manhã, com a presença de uma pancada de chuva que refrescou os foliões.
Pura fantasia
Durante toda a noite de domingo (14) a profusão de fantasias foi intensa pela Avenida Atlântica. Destaque para um animado grupo de Negas Malucas, de cabelões afro e cobertas de tinta negra, que saíam dançando com os foliões. "O personagem que eu criei pra mim é o da Jucinete, uma nega maluca como há muito não se vê mais por aí", dizia Lúcia Soultello, 40 anos, que possui um grupo de teatro em Matinhos.Uma tribo de "índias" na verdade marmanjos travestidos de mulher também roubava a cena. "A ideia é aplicar injeções de bom ânimo nessas pessoas", dizia a índia Rebeca (na verdade o gerente de vendas Vinícius Cordeiro, 33 anos) que ao mesmo tempo envergava apetrechos de enfermeira. Jovens vestidos de bebês, só de fralda e mamadeira na mão, "em busca das babás perfeitas", segundo eles também bagunçavam a festa, que até o fim se manteve pacífica, apesar de uma ou outra confusão menor, segundo a Polícia Militar. "Não precisamos fazer nenhuma prisão e o público em geral se comportou bem. Muita gente também colaborou com o trânsito deixando os seus carros em casa", afirmou o Relações Públicas da PM Clayton Lima.Azaração na avenida
No quesito azaração, o domingo (14) de carnaval em Matinhos também foi agitado. A cena mais corriqueira era ver homens desesperados usando de todas as artimanhas para conquistar nem que fosse um mísero "selinho" de carnaval. Do outro lado, a maioria das mulheres se fechava a galanteios tortuosos, abrindo exceções a uns poucos escolhidos. "Cantada ruim perde ponto na hora né", dizia a estudante Mônica Cruz, de Tubarão (SC), para a prima Amanda Varella, 21, e a amiga Jully Francine, 23, as duas últimas de Curitiba. O sujeito que não tiver a mínima coisa para dizer ou então chegar agarrando, segundo o trio, com elas não tem vez.
Já o publicitário curitibano Aderson Fugiwara, 28 anos, que estava com mais oito amigos, também tinha suas reclamações sobre as mulheres. "Há muitas curitibanas por aqui, e aí todo mundo sabe: é aquele jogo duro sempre", dizia o publicitário. "E o pior que, nesse carnaval, até as feias estão se achando", completava o amigo Guilherme Piva, 23 anos. De acordo com eles, a estratégia de formar uma rodinha em torno das mulheres, exigindo pedágio de passagem isto é, um beijo não andava surtindo muito efeito.