O calorão dos últimos dias tem feito com que, em Santa Catarina, os banhistas prolonguem o tempo na areia e dentro d’água. Em Balneário Camboriú, aproveitar o mar à noite já está se tornando rotina para quem resolveu passar alguns dias no destino mais badalado do litoral do estado vizinho.
De Toledo, Oeste do Paraná, as irmãs Daniele, de 15 anos, e Cibele da Silva Oliveira, 12, não se intimidaram com o cair da noite e já ficaram no mar até as 2 horas da manhã com os pais. “O tempo está quente e achamos que é seguro, dá para ficar até mais tarde”, comenta a mãe das meninas, Simone Silva, de 36 anos. A família até adotou uma estratégia para otimizar o tempo no balneário. Durante a manhã e tarde, visitam amigos, familiares e o comércio local. Um pouco antes do sol se por, às 18 horas, colocam o biquíni e saem para a Barra Sul. “Assim é bom porque evitamos de pegar muito sol”, assinala a mãe.
Há quem more na cidade que também prefira a brisa refrescante da noite e as luzes da orla ao sol escaldante da tarde. É o caso do casal curitibano Cristiano Batista, 37, e Luciane Laux, 34, que está há um ano em Camboriú e vai com os filhos de bicicleta até o ponto preferido na praia. “Conseguimos nesse horário deixar as crianças brincarem à vontade. O clima está ajudando bastante”, observa.
Um dos fatores que podem influenciar neste comportamento dos veranistas é a temperatura da água. Segundo o Centro de Informações e Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram), a água das praias do litoral Norte do estado está em torno de 3ºC mais quente do que o registrado em janeiro de 2016. A temperatura, em alguns pontos, vem passando dos 22ºC.
“Tivemos neste ano até uma ‘invasão’ de mãe d’água (água viva). Esses animais têm preferências por regiões com água mais quente”, comenta a meteorologista Marilene de Lima, ao salientar que, ainda assim, a temperatura do mar continua dentro do esperado para um mês de verão.
Ela acredita que outras questões também podem levar o público a prolongar a estadia no mar, como o trânsito menor após às 18 horas e a menor incidência de tempestades no fim da tarde. “Normalmente, se formavam trovoadas depois das 17 horas, o que fazia as pessoas saírem da praia mais cedo. Neste ano, isso não tem acontecido”, diz Marilene.