Calorão desafia os trabalhadores nas ruas de Curitiba
Por Talita Boros Voitch, especial para a Gazeta do Povo
29/01/2014 às 21:08
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Olha o coco gelado!: João José Batista tem uma barraca de água de coco na esquina das ruas Marechal Deodoro e Monsenhor Celso há 20 anos. Em dias curitibanamente comuns, vende 150 unidades de coco verde. Nos dias quentes, o lucro dobra.
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Quentura nas pernas: Como se não bastasse o calor dentro do ônibus, a motorista Franciele Proença Carneiro sofre ainda mais com a proximidade do motor do coletivo de suas pernas. Para quem não sabe, a maquinaria dos ônibus é acessada por dentro do veículo e fica embaixo daquela tampa arredondada, ao lado do banco do motorista.
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Fila da alegria: A fila do sorvete da lanchonete onde Hanna Rezende trabalha, na Praça Rui Barbosa, estava maior do que as dos pontos de ônibus ao redor. Apesar da ampla concorrência desse tipo de comércio, a procura é tão grande que tem cliente para todo mundo. A casquinha com três bolas sai por R$ 2,50 e faz a alegria de quem passa por ali.
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Suor de prata: Contrariando a maioria que procurava qualquer sombra para se proteger, Maurício Pereira não parecia se incomodar com as gotículas de suor que brotavam do rosto coberto por tinta prata. Estátua viva de rua não pode se dar ao luxo de trabalhar na sombra, ainda mais na Rua XV.
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A ocasião faz o verão: No verão aparecem novas oportunidades de trabalho, pelo menos para quem fica de olho no corre-corre do Centro. Nos quatro meses mais quentes do ano, Cristina Lima da Silva caminha diariamente da região da Vila Capanema até a Praça Tiradentes empurrando seu carrinho de picolé. Nos outros meses, ela concentra suas vendas em lanches e doces para os taxistas da praça.
Rua XV de Novembro, Centro de Curitiba. Poucos pedestres se arriscam debaixo do sol escaldante da última semana de janeiro, dona dos dias mais quentes dos últimos oito anos na cidade. De acordo com dados do Instituto Tecnológico Simepar, o ápice da estação foi ontem, quando os termômetros registraram 34,7°C pouco depois das 16 horas. Com os termômetros batendo recordes, quem caminha pela principal via de comércio da capital prefere o "fresquinho" dos trechos laterais, protegidos pelas sombras dos edifícios. Neste mês, o calor intenso tem surpreendido até mesmo os amantes do verão, que passam a maior parte do ano reclamando da chuva e do tempo fechado de Curitiba.
Pelas calçadas de petit-pavé, a sensação calorenta pouco comum fica mais nítida. Sombrinhas aparecem como aliadas para se proteger não da chuva, mas do sol. E inúmeras garrafas dágua são vistas nas mãos dos que passam a pé pela região.
Para quem trabalha rua, no asfalto, o calor judia ainda mais. Enquanto vendedores de água de coco e sorvete comemoram as boas vendas, outros trabalhadores penam mais do que nunca para manter a rotina debaixo do sol.
Com muito suor literalmente a reportagem da Gazeta do Povo foi às ruas para entender o que muda no dia a dia de quem trabalha no centro nesses dias de torrar a cuca.
Trabalhadores
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