Aproximadamente 5 mil exemplares do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) vivem no Litoral do Paraná. Outros 1,7 mil estão no litoral Sul de São Paulo e no extremo norte de Santa Catarina. A ave é ameaçada de extinção, principalmente pela ação do tráfico de animais silvestres e pelo desmatamento.
Para orientar os turistas da importância de preservação da espécie, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) , o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente , e voluntários estão orientando turistas e moradores de Guaraqueçaba sobre os cuidados e o comportamento que se deve ter para proteger a espécie. A campanha começou ontem e termina hoje. Mas em janeiro volta a ser feita todos os finais de semana.
De acordo com a bióloga Elenise Sipinski, coordenadora da campanha e membro da SPVS, uma equipe de sete pessoas vai conversar com proprietários de hotéis e pousadas e com turistas nas ilhas de Superagui, das Peças e na região central de Guaraqueçaba. Na ação, serão entregues panfletos com dicas de preservação da ave.
Um dos principais focos da campanha é orientar sobre o respeito ao habitat da ave, especialmente a Ilha dos Pinheiros, no Parque Nacional do Superagui, principal dormitório da espécie. Não é permitido desembarcar na ilha, por isso as pessoas precisam saber como fazer a aproximação. "Se as aves se assustarem, elas fogem do local, que é o dormitório delas", alerta a bióloga.
A primeira dica é de que a observação do papagaio deve ser feita com os barcos a uma distância de pelo menos 100 metros da ilha. Os melhores horários para visualizá-las são ao amanhecer, das 6 às 7 horas, e ao entardecer, das 18 às 19 horas. "Os papagaios não ficam na ilha durante o dia. Eles saem pela manhã para procurar alimentos e cuidar dos filhotes e retornam no fim do dia", explica Elenise.
É fundamental não fazer barulho. Por isso é preciso desligar os motores das embarcações, abaixar o volume dos rádios, não falar alto e não gritar. Luzes também incomodam as aves, por isso lanternas devem ser desligadas. "O melhor é levar um binóculo para poder observar o papagaio", orienta a coordenadora do projeto de preservação da ave.Tráfico
A população também não deve comprar ou retirar o papagaio de seu habitat natural. Denúncias de comercialização do animal devem ser feitas à Força Verde da Polícia Militar pelo telefone 0800-643-0304. Quem quiser fazer a observação do papagaio pode contratar um guia turístico e, preferencialmente, entrar em contato com a Cooperativa de Ecoturismo de Guaraqueçaba (Cooperguará Ecotur). O site da cooperativa é www.visiteguaraquecaba.com.br.
Serviço: Quem quiser conhecer o trabalho da SPVS e/ou colaborar com a entidade, pode acessar o site www.spvs.org.br ou telefonar para (41) 3339-4638.