Em foto de arquivo, jovens saltam em rio, em São José dos Pinhais| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Afogamentos em Curitiba e RMC

14 casos (de 1 de novembro a 19 de dezembro)

Curitiba – 4 óbitos

Pinhais – 2 óbitos

São José dos Pinhais – 2 óbitos

Campinha Grande do Sul – 1 óbito

Cerro Azul – 1 óbito

Campo Largo – 1 óbito

Fazenda Rio Grande – 1 óbito

Colombo – 1 óbito

Piraquara – 1 óbito

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Afogamentos no Litoral

13 casos (entre 11 de dezembro de 2010 a 12 de março de 2011)

- 3 óbitos foram registrados em locais onde não havia guarda-vidas

- 7 óbitos foram registrados em horário em que os postos de salva-vidas não estavam em funcionamento (à noite ou na madrugada)

O afogamento de dois meninos de 12 anos, ocorrido na tarde de domingo (18, na prainha da Represa do Passaúna, em Curitiba, chamou a atenção para uma realidade alarmante: as cavas, lagos de represas e rios da capital e região metropolitana (RMC) somam mais mortes por afogamento do que as ocorrências registradas ao longo da Operação Verão, no litoral do Paraná. Um perfil traçado pelo Corpo de Bombeiros revela que os casos ocorrem, principalmente, por imprudência das vítimas, que, na maioria das vezes, são jovens de baixo poder aquisitivo.

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Um levantamento realizado pela Polícia Militar (PM) aponta que nos últimos 50 dias (desde o início de novembro), quando as temperaturas começaram a aumentar, 14 pessoas morreram afogadas em rios, cavas ou represas de Curitiba e RMC. Em um período de três meses, foram registrados 13 óbitos por afogamento no litoral do estado, na Operação Verão 2010/2011.

Segundo o tenente Ezequiel Roberto Siqueira, do Corpo de Bombeiros, o histórico das ocorrências aponta que as vítimas são, na maioria, jovens com idades entre 10 e 25 anos. Em geral, são pessoas que não têm acesso a clubes ou outras áreas de lazer e que, por isso, acabam recorrendo a espaços inadequados de banho, como as cavas. "Sempre há algum tipo de abuso", resume o bombeiro.

A análise dos casos também comprova a imprudência das vítimas: os dois garotos afogados no domingo nadavam em uma área sinalizada como proibida para banho. Em outro caso – ocorrido em Pinhais, em 10 de novembro –, um jovem de 12 anos aproveitou a ausência dos pais para nadar com o irmão e com amigos em uma cava, sem supervisão de adultos. O rapaz acabou morrendo afogado.

Presença de guarda-vidas minimiza casos

Ao longo de toda a Operação Verão 2010/2011, o Corpo de Bombeiros registrou 1204 incidentes com pessoas em água no litoral paranaense. Foram mais de 68,9 mil orientações ou advertências (quando o guarda-vidas faz o trabalho preventivo, alertando o banhista dos riscos). "A presença do bombeiro nos locais de banho evita que 85% de ocorrências venham a acontecer", afirma o tenente Siqueira.

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A análise das mortes ocorridas durante a Operação Verão reforça a tese do bombeiro. Dos 13 óbitos, dez aconteceram quando não havia guarda-vidas por perto (sete, em horários em que os postos não estavm em funcionamento; e três em baías e rios onde não há postos). "Até pela orientação feita por meio de bandeiras de sinalização, a chance de ocorrer um óbito quando há um guarda-vidas por perto é muito menor", aponta Siqueira.

Nas praias paranaenses, 400 guarda-vidas permanecem em cerca de cem pontos de banho durante a Operação Verão. O problema é que o Corpo de Bombeiros não tem infraestrutura para manter uma vigilância semelhante em cavas e rios da RMC. Não há nem sequer um mapeamento destes pontos irregulares de banho.

Últimos casos

Os estudantes Moisés Luiz Gomes dos Santos e Lucas Gabriel Castelli, ambos de 12 anos, morreram, quando nadavam na chamada prainha da Represa do Passaúna, em Curitiba, na tarde de domingo. Segundo os bombeiros, eles estavam em um local proibido para banho e com placas de sinalização. Um dos meninos teria se afogado primeiro. Ao ver o amigo afundando, o outro rapaz teria se desesperado e também acabou se afogando.