
Durante o verão, usar óculos escuros vira moda. E não é difícil achar o acessório a preços baixos na mão de ambulantes, camelôs e na vitrines das lojas. Mas ele também é uma importante proteção para a saúde dos olhos, e por isso é preciso ter cuidado na hora de comprar. Óculos de sol falsificados podem causar mais dano à saúde do que não usar proteção nenhuma nos olhos. Nesse caso, o barato pode sair caro.
O motivo é simples, explica o médico oftalmologista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Francisco Grupenmacher. Os óculos falsificados normalmente não oferecem proteção solar contra os raios UVA e UVB, que são nocivos para os olhos. Ao colocar o acessório, a pupila parte do órgão que fica na região central e é responsável por controlar a passagem de luz se dilata, deixando passar maior quantidade de raios do que sem ele.
A curto prazo, os efeitos dos óculos escuros falsificados ou com lentes defeituosas são dor de cabeça, desconforto e cansaço visual. Mas os maiores problemas aparecem com o tempo. "A exposição incorreta ao sol pode levar a doenças como a catarata e a degeneração macular e, consequentemente, à perda da visão", explica o médico.
Fabricação
Diferente do que muitos imaginam, não é o tom escuro da lente que bloqueia os raios nocivos, mas sim a tecnologia com que as lentes são fabricadas, conta Grupenmacher. Por isso, mesmo óculos transparentes têm a proteção. "Mas infelizmente não há nenhum equipamento capaz de medir a quantidade de raios UVA e UVB que passam pelas lentes, portanto é importante conhecer a procedência do acessório e confiar no fabricante", completa.
Segundo dados Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade, dos 24 milhões de óculos de sol produzidos durante 2009, apenas 7 milhões são frutos de indústrias idôneas.