Em busca de uma pele dourada, muitas pessoas exageram na exposição ao sol ou até mesmo dispensam a aplicação de protetor solar para se bronzear de forma mais rápida. Só que o tiro, nessas situações, quase sempre sai pela culatra: em vez de um bronzeado bonito, o resultado pode ser uma queimadura de sol e muitas dores pelo corpo.
A vermelhidão ocorre porque a radiação ultravioleta principalmente a UVB, mais presente entre as 10 e as 16 horas causa uma inflamação na pele, que, além de dar o aspecto de queimado à região, deixa-a dolorida e inchada. Pessoas com pele clara são as que mais sofrem, porque suas células não têm grande capacidade de produção de melanina (pigmento que protege da radiação ultravioleta). "A vermelhidão significa que a pele sofreu o efeito da radiação solar e, como tem pouca capacidade de bronzear, porque produz pouca melanina, respondeu com a mudança de cor e até queimaduras", explica o dermatologista Carlos Augusto Silva Bastos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). "Pessoas de pele mais escura, que têm maior capacidade de produção de melanina, conseguem um bronzeado mais lento e com menos riscos de queimaduras solares."
O problema poderia ser evitado se o veranista fosse com menos sede ao pote. "A pessoa chega no sábado à praia e já quer se expor o dia inteiro. Assim, é muito fácil ter esse problema. Principalmente nos primeiros dias, o tempo de exposição deve ser reduzido porque a pele não está ainda adaptada para produzir o pigmento (melanina) que a protege", diz o dermatologista. "O ideal seria ir para a praia no começo da manhã e no fim da tarde, e aumentar aos poucos esse tempo."
Cuidados
Para minimizar os efeitos da queimadura, é necessário usar uma solução para reduzir a inflamação. "Pode ser à base de calmantes como pasta dágua (vendida na farmácia) e loção à base de calamina.
Nos casos mais graves, podem ser necessárias pomadas à base de corticóides ou de anti-inflamatórios, sob prescrição médica. Se for queimadura simples só com calor e dor, a pasta dágua e a calamina são suficientes", conta a dermatologista da Paraná Clínicas Patrícia Batista Leite Chiminacio.
Nos casos mais sérios há o aparecimento de bolhas na região afetada, que devem ser esvaziadas por um médico. "Nunca rompa uma bolha sem procurar um médico. Somente ele conseguirá rompê-la sem correr o risco de estourá-la. Uma bolha rompida pode causar infecção e, consequentemente, problemas mais sérios e cicatrizes", ressalta Patrícia.
Quando o processo inflamatório passa a diminuir, a pele começa a descamar. Isso ocorre pelo processo natural de renovação das células, mas é acelerado pelo dano causado à região. "A pele mais superficial morre e vai surgindo uma camada nova, que não deve ser exposta ao sol imediatamente. Se isso acontecer, é recomendada a utilização de protetor solar com FPS 30", diz Bastos.