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Adriana e Gisele Ferrari levam um arsenal divertido para a praia para entreter Júlia e Íris | Hedelson Alves/ gazeta do Povo
Adriana e Gisele Ferrari levam um arsenal divertido para a praia para entreter Júlia e Íris| Foto: Hedelson Alves/ gazeta do Povo
  • De dentro do castelo de areia, Cláudio Campos e a filha Nicoly

Quem não se lembra do telefone sem fio feito com duas latinhas e um pedaço de barbante ou dos saquinhos de pano recheados de arroz que iam para o ar no jogo das cinco marias? Pois esta temporada de férias pode ser uma boa oportunidade para relembrar as brincadeiras de antigamente e fazer uma graça com a criançada, acostumada com os brinquedos mais elaborados.

Para a coordenadora do Grupo de Estudos Cultura e Movimento na Educação da Criança da Universidade Federal do Paraná, Marynelma Camargo Garanhani, as férias são o tempo da criançada brincar sem tréguas. "As brincadeiras, aliás, são um jeito de vivenciar de forma lúdica os jogos sociais, as tradições e os papéis das pessoas na sociedade", diz.

Por isso, há tanto valor em acompanhar a hora dos seus filhos darem comidinha para as bonecas ou das aventuras dos carrinhos nas ladeiras do quintal. Sem contar, que o encontro de gerações pode ser um jeito de fugir dos brinquedos tecnológicos e virtuais. Vinda de Apucarana, Norte do estado, a dona de casa Suliane Bonatto, 28 anos, aproveita o tempo livre para curtir os três filhos em Guaratuba. Júnior, de 11, Emilly, de 9, e Pedro Henrique, de 6 anos, têm até um horário reservado para usar computador e assistir à tevê, mas a bola, a bicicleta, os carrinhos e as raquetes também estão inseridas na programação de férias. "Quando chove, o jeito é ficar em casa e jogar dominó, baralho ou algum jogo de tabuleiro", explica Suliane.

Tempo de brincar

O representante comercial e pai coruja Cláudio Campos, 35 anos, veio de Palmital (SP) para ensinar, nas areias de Guaratuba, algumas brincadeiras do seu tempo à pequena Nicoly, de 5 anos. Já teve rodada de pega-pega e esconde-esconde. Mas, segundo ele, o melhor mesmo é estar junto da criança, que as brincadeiras vão surgindo a todo momento. "Elas são supercriativas, inventam personagens imaginários, o pensamento voa longe e as brincadeiras vão surgindo", comenta Campos.

Até dentro de casa a bagunça é garantida. Para dar conta da filha Júlia, de 3 anos e da sobrinha Íris, da mesma idade, a doceira Gisele Ferrari Del Vecchio, 36 anos, de Arapongas, trouxe para Matinhos um arsenal de bonecas, lápis de cor, canetinhas e até massinha de modelar. Gisele diz que as meninas adoram a praia e ficam até a hora que bater a fome. "As meninas adoram ficar na praia, mas na hora de comer e quando o sol está muito forte brincamos em casa com essas coisas todas."

Hora de brincar

A pedagoga e brinquedista Amábile Marton diz que os benefícios da brincadeira são enormes por colocar o corpo em movimento, propiciar o raciocínio e a comunicação. "Brincar é um momento sagrado. É por meio das brincadeiras que as crianças ampliam os conhecimentos sobre si e sobre o mundo ao redor", explica. Ela aproveita para ensinar alguns jogos e brinquedos que podem ser feitos nas férias, tanto em casa quanto na praia.

Bilboquê

Muita gente já deve ter brincado de bilboquê sem saber o nome certo. É um jogo antigo que consiste em encaixar uma bolinha dentro do copo ou de um pino.

Material

1 copo de plástico ou garrafa pet cortada ao meio

50 cm de barbante

1 folha de papel usado

Fita crepe

Como fazer

Amasse o papel até formar uma bolinha. Envolva com a fita crepe. Corte o barbante e cole uma das pontas na bolinha com fita crepe. No copo faça um furo na base. Passe o barbante por ele, dê um nó e use fita crepe para fixar. O objetivo desta brincadeira é segurar o copo com uma das mãos e tentar fazer a bolinha entrar.

Cinco Marias

O jogo consiste em pegar pedrinhas ou saquinhos de arroz no ar. Ganha quem passar das cinco fases. Na primeira, é necessário pegar uma pedrinha de cada vez. Na segunda, duas e assim sucessivamente. Quem deixar cair, perde o jogo. É conhecido também como Sete Marias e Aleija Mão.

Material

Pedaço de tecido (suficiente para fazer 5 saquinhos de 3x4 cm)

200g de arroz, ou feijão ou outro tipo de semente

Linha e agulha

Como fazer

Recorte cinco retângulos de tecido, se possível de cores diferentes. Cada retângulo deve ter, mais ou menos, 6 x 4 cm. Dobre um dos retângulos no meio e costure as laterais, deixando uma entrada aberta. Pela abertura, preencha o saquinho com areia, arroz ou feijão. Costure a abertura. Faça o mesmo com os outros.

Guerra de papel

Jogam duas equipes em dois campos distintos, separados por um espaço. Cada equipe terá dezenas de bolinhas de papel. As equipes jogam as bolas de papel no campo adversário. O objetivo é tirar as bolinhas do seu campo e jogar no campo adversário. Acabado o tempo, faz-se a contagem e ganha a equipe que tiver menos papel em seu campo.

Queimada

São dois times distribuídos em dois campos. Cada time tem um líder. O líder jogará a bola para o campo adversário, tentando acertar alguém. Imediatamente, o outro líder pega a bola e faz o mesmo. O líder que acertar, dirá: "boleei fulano". Quem for boleado sai do jogo. Se o líder for boleado, ele é substituído. Os jogadores vão sendo eliminados até sobrarem apenas dois. Ganha quem bolear o último adversário, dando a vitória para a sua equipe. A bola convencional pode ser trocada por bexigas cheias de água.

Bandeirinha arriou

Jogam dois grupos, cada um com seu campo e sua bandeirinha. A bandeira (pode ser qualquer objeto) fica no fundo de cada campo. O jogo começa quando alguém diz "bandeirinha arriou" e o objetivo é roubar a bandeira do time adversário e trazer para o seu campo. Mas o jogador que entrar no campo do time adversário e for tocado por alguém fica preso no lugar. Só pode sair se for salvo por alguém do seu próprio time. Ganha o time que capturar a bandeira adversária mais vezes.

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